Pesquisa publicada na revista Clinical Nutrition concluiu que a suplementação oral perioperatória de proteínas em pacientes geriátricos foi associada com diminuição de complicações pós-operatórias, além de melhores índices de proteínas plasmáticas.
O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia da suplementação nutricional em idosos, eutróficos ou apenas com desnutrição leve, submetidos à cirurgia por fratura de quadril.
Foram incluídos 60 pacientes com idade superior a 65 anos, dos quais foram divididos em: grupo intervenção, que recebeu suplementação energético-proteica via oral, e o grupo controle, que não recebeu intervenção. O suplemento foi prescrito para ser ingerido duas vezes ao dia, totalizando a ingestão de 40 g de proteínas e 400 kcal.
Os pacientes do grupo intervenção ingeriram em torno da metade (52,2%) dos suplementos prescritos por dia, durante 5,8 ± 1,8 dias antes da cirurgia e até a alta hospitalar. Com isso, este grupo ingeriu em média 1,37 g de proteínas por quilo de peso corpóreo por dia, enquanto o grupo controle ingeriu 0,97 g (p < 0,05).
Dentre os resultados principais, a maior ingestão de proteínas ofertada pela suplementação oral foi associada com menores complicações pós-operatórias (p = 0, 003), tais como atraso no início da reabilitação, complicações infecciosas (infecções de ferida cirúrgica, respiratória ou urinária), síndrome coronariana aguda, insuficiência respiratória, diarreia, náuseas, vômitos e anemia grave. Além disso, o grupo intervenção apresentou maiores níveis plasmáticos de albumina (p < 0, 001) e pré-albumina (p = 0,002).
“A suplementação nutricional oral já tem sido recomendada em pacientes geriátricos e, embora pareça claro que não tenha grande impacto sobre a mortalidade, essa conduta apresenta efeito positivo sobre as complicações pós-operatórias, especialmente em desnutridos”, comentam os autores.
“Como demonstramos, a suplementação nutricional em idosos eutróficos ou levemente desnutridos, com fratura de quadril e submetidos à cirurgia, tem efeitos benéficos sobre os níveis de proteínas plasmáticas e complicações pós-operatórias, provavelmente, quando administrado no período perioperatório”, concluem.