Os autores objetivaram descrever os aspectos nutricionais nagestão de pacientes que começam a VNI de primeira linha e avaliar potenciaisassociações entre terapia nutricional e desfechos.
Foi realizado um estudo de coortemulticêntrico retrospectivo que incluiu adultos internados em UTI que receberamVNI durante mais de 2 dias consecutivos. Os pacientes foram divididos em 4grupos: sem nutrição (SN), nutrição enteral com ou sem parenteral associada (NE),somente nutrição parenteral (NP) e somente nutrição oral (NO). Durante operíodo de estudo, dos 16594 pacientes internados na UTI, 1075 foram elegíveis.
Durante os 2 primeiros dias de VNI,622 (57,8%) pacientes não receberam nutrição, 28 (2,6%) receberam nutriçãoenteral, 74 (6,9%) receberam somente nutrição parenteral e 351 (32,7%)realizaram somente nutrição oral. Apósajuste das varáveis, o grupo NE quando comparado ao grupo SN apresentouassociação independente com maior incidência de infecção hospitalar (p=0,02),pneumonia associada à ventilação- VAP (p=0,002) e mortalidade em 28 dias(p=0,02). A ocorrência de infecçãohospitalar não diferiu entre os demais grupos. A severidade da doença aguda foimenor no grupo NO que no grupo SN. A incidência de VAP foi maior nos grupos NEe NP que no grupo SN (p=0,001 e p=0,03, respectivamente). A NE associou-se amenos dias sem ventilação (RR=0,7).
Sendo assim, os autoresconcluíram que nutrição enteral precoce em uma população heterogênea foiassociada independentemente a maior mortalidade em 28 dias e a menos dias semventilação e que a ausência de nutrição ou a hiponutrição não foi associada commortalidade.