Sim. A alimentação vegetariana pode proporcionar uma nutrição adequada para crianças, desde que os pais e educadores estejam bem informados e orientados quanto ao equilíbrio da alimentação e da necessidade de suplementação, a fim de evitar deficiências nutricionais.
De acordo com o parecer do Conselho Regional de Nutricionistas da 3ª Região (CRN-3), as dietas vegetarianas, quando atendem às necessidades nutricionais individuais, podem promover o crescimento, desenvolvimento e manutenção adequados e podem ser adotadas em qualquer ciclo de vida.
As crianças adeptas do vegetarianismo, assim como todas as outras, devem ter o acompanhamento da evolução do crescimento, do ganho de peso e do desenvolvimento psicomotor como parte da avaliação nutricional. Além disso, é importante ter um histórico detalhado da dieta dos pais e da criança para começar, a partir destas informações, o aconselhamento adequado.
Segundo a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) “é considerado vegetariano todo indivíduo que exclui de sua alimentação todos os tipos de carnes, aves, peixes e seus derivados (como linguiça, presunto, dentre outras), podendo ou não utilizar laticínios ou ovos. O vegetarianismo inclui o veganismo, que é a prática de não utilizar produtos oriundos do reino animal para nenhum fim (alimentar, higiênico, de vestuário etc.)”.
As três principais dietas vegetarianas mais conhecidas são: (1) dieta ovolactovegetariana, que é baseada em grãos, vegetais, frutas, legumes, sementes, oleaginosas, laticínios e ovos; (2) a dieta lactovegetariana, que exclui o ovo bem como carne, peixe e frango; (3) e a dieta vegetariana estrita ou vegana, que exclui ovos, leites e outros produtos de origem animal.
Os estudos demonstram que quanto mais restrita a dieta e quanto mais nova for a criança maior o risco de deficiências nutricionais. Alguns cuidados devem ser tomados especialmente na dieta vegetariana estrita para garantir o fornecimento adequado de: vitamina B12, que deve ser fornecida por meio de alimentos fortificados ou pela suplementação, além do consumo adequado de cálcio, zinco, que também podem ser fornecidos por alimentos fortificados ou pela suplementação, e de proteínas, que deve ser incentivada por meio de uma maior variação e maior ingestão de fontes proteicas vegetais, como leguminosas e cereais diversos. Já na dieta ovolactovegetariano os nutrientes que exigem maior atenção são o ferro, o zinco e o ácido graxo ômega-3, que devem ser ingeridos por alimentos fortificados ou pela suplementação.
Estudos de coorte têm demonstrado semelhanças no crescimento e evolução do peso em crianças lactovegetarianas ou ovolactovegetarianas, em comparação às crianças onívoras, enquanto que crianças veganas tendem a ser mais magras e menores.
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