A biotina também é conhecida como vitamina B7 ou vitamina H – da palavra alemã Haut, que significa “pele”. É uma vitamina solúvel em água, que age em processos responsáveis por catalisar etapas no metabolismo celular. Essencialmente, as ações em que a biotina atua podem quebrar os alimentos em glicose, a principal fonte de carboidratos para o cérebro e o corpo.
Pertencente às vitaminas do complexo B, a biotina está envolvida em importantes vias metabólicas, como a rota pela qual é produzida a glicose, a síntese de ácidos graxos e de aminoácidos, além de interferir na diferenciação de células da pele.
Essa vitamina deve ser adquirida prioritariamente por meio da alimentação, e sua absorção acontece no intestino delgado. A partir daí, circula na corrente sanguínea na forma livre ou ligada a outras substâncias. Pode ser reabsorvida pelos rins e é excretada quando esse sistema está saturado.
A biotina é facilmente encontrada em muitos alimentos e também é produzida pela microbiota intestinal. As principais fontes alimentares são: vísceras (fígado, rim e coração), gema de ovo, amendoim, nozes, aveia, cereais integrais e fortificados, legumes, banana, cogumelo, levedura de cerveja, laticínios e o leite materno. É interessante observar que a quantidade de biotina no leite materno aumenta cerca de uma semana após o parto.
A recomendação de ingestão diária individual varia de acordo com o gênero e estágio de vida, sendo de 5 a 12 mcg/dia de 0 a 8 anos, de 20 a 30 mcg/dia na adolescência, fase adulta e idosos. As doses recomendadas aumentam na gestação e na lactação, ficando em torno de 30 a 35 mcg/dia, respectivamente. A maioria dos indivíduos saudáveis atende a esses requisitos por meio de uma dieta bem balanceada.
A deficiência de biotina pode ser adquirida ou congênita. Embora uma deficiência adquirida de biotina seja possível, ainda é rara. Geralmente está associada à nutrição parenteral total por período prolongado, distúrbios inflamatórios intestinais, ao consumo de grandes quantidades de avidina (proteína encontrada na clara de ovo crua), desnutrição grave, deficiência de magnésio, tabagismo, consumo crônico de álcool e tratamento com antibióticos de amplo espectro, anticonvulsivantes e sulfonamidas.
Os sinais de deficiência incluem: dermatite esfoliativa, alopecia, conjuntivite, ataxia, hipotonia, cetoacidose, retardo de desenvolvimento em bebês e crianças, parestesia, anorexia e náusea. A suplementação é conhecida por produzir cabelos saudáveis, ajudar na prevenção do aparecimento de cabelos brancos e prevenir a queda de cabelos. A biotina apresenta resultados promissores no tratamento de unhas quebradiças, unhas desgastadas, traquioníquia (unhas ásperas e opacas) e deformidades.
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Beatriz de Azevedo Muner Ferreira (CRN 3: 37884) é nutricionista graduada pelo Centro Universitário São Camilo (2012). Possui aprimoramento em transtornos alimentares pelo Ambulim do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (2013) e em Nutrição Clínica pelo Hospital Geral de Carapicuíba nas áreas de hemodiálise, pediatria e neonatologia (2014). É pós-graduada em Nutrição Clínica pelo Centro Universitário São Camilo (2015) e tem especialização em Nutrição Clínica em Pediatria pelo Instituto da Criança – HCFMUSP (2016) e Nutrição Esportiva pelo CEFIT (2019). Atualmente, é mestranda no Laboratório de Nutrição e Cirurgia Metabólica do Aparelho Digestivo (LIM 35 – Metanutri) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e sócia da Clínica Trevitta Saúde. Instagram: @bia.maternutri