PANC é a sigla para Plantas Alimentícias Não Convencionais. E por mais que sua difusão esteja ganhando força de uns anos pra cá, as PANCs são usadas na alimentação há muito tempo e fáceis de serem encontradas. Isso porque são espécies de plantas rústicas e resistentes, que não necessitam de grandes cuidados, e por isso são muito cultivadas em hortas de escolas, comunitárias e jardins. E podem até ser confundidas com ervas daninhas, pois algumas PANCs são espontâneas e brotam inclusive nas calçadas. Já outras precisam de cultivo.
Mas o que tem feito as pessoas olharem com outros olhos para as PANCs é o valor nutricional que elas carregam. Estudos revelam que os benefícios das PANCs são muitos: essas plantas possuem teores de minerais, fibras, antioxidantes e proteínas significativamente maiores quando comparadas com plantas domesticadas.
Por toda essa variedade e também pelo sabor, as PANCs são altamente indicadas para uma alimentação saudável. Seu consumo pode ir da salada e suco à farinha para preparos mais elaborados. Para encontrá-las, recorra a feiras orgânicas ou ao Ceasa da sua cidade, pois essas plantas não costumam ser comercializadas em mercados convencionais. Outra dica é cultivá-las em casa.
Ficou curioso para provar? A seguir, listamos as 10 PANCs mais saborosas para você experimentar, com informações nutricionais e dicas de cultivo e consumo em alimentos. Controle o acesso ao carrossel nas bolinhas embaixo dele. Confira:
Também chamada de açafrão-da-terra, a cúrcuma tem suas raízes como parte comestível. Entre seus componentes destaca-se a curcumina, que possui propriedades antioxidante e anti-inflamatória. A substância ainda auxilia o controle glicêmico, destacando seu uso para pessoas com diabetes e obesidade. Seu cultivo é fácil, só não pode faltar água.
Da raiz da cúrcuma, triturada ou ralada, é extraído um corante amarelo, forte e saboroso, que pode ser usado no arroz, em molhos ou para temperar carnes. Só não deve ser servido em excesso, pelo sabor amargo. | Imagem: Manojk
A capuchinha pode ser encontrada do tom amarelo ao vermelho, cores que revelam um dos principais benefícios dessa PANC: ela possui carotenoides, ou seja, compostos que atuam como antioxidantes e ainda se convertem em vitamina A no organismo. A planta se desenvolve bem quando plantada em solos férteis, especialmente nos meses de temperatura mais amena. Seus caules e sementes servem para fazer mudas. Suas folhas, flores e frutos são comestíveis, podendo, cruas, compor saladas - especialmente as flores, que têm sabor de agrião. As folhas ainda podem ser aproveitadas para temperar pratos como maionese e salpicão e também molho branco. | Imagem: B.navez
Nas variedades pequena e graúda, a azedinha é bem cultivada em solos úmidos, muito férteis e em regiões frias e sem corrente de vento. Seu poder antioxidante é uma das suas principais propriedades, sendo rica em vitamina C.
As folhas da azedinha são ácidas e refrescantes, sendo uma boa opção para saladas e sucos. Mas quem possui problemas renais crônicos deve consumi-la com moderação, pois ela tem uma substância chamada ácido oxálico, que pode desencadear a formação de pedra nos rins. | Imagem: Dinkum
A folha serrilhada é a principal característica dessa PANC, daí o nome - serralha. Nasce com facilidade por conta das sementes espalhadas pelo vento, sendo quase sempre capinada por ser considerada daninha. Porém, de sabor amargo, é comestível e rica em vitaminas A, C, B1, B2, potássio e ferro.
Saladas e refogados são boas opções para incluir a serralha. Para cortar o amargor (que lembra o sabor do espinafre), costuma-se misturá-la com frutas doces, como abacaxi, maçã e laranja. | Imagem: Alvesgaspar
Também conhecida como espinafre-indiano (ou tropical) e couve-de-cerca, a bertalha é rica em cálcio, ferro, fósforo e vitaminas A, B e C. É uma trepadeira que aprecia especialmente climas quentes e úmidos, mas pode ser plantada o ano todo. Os brotos dessa PANC podem ser usados em saladas ou, picados, no recheio de tortas. O mesmo vale para as folhas, que podem ser servidas cruas ou cozidas, sendo boas opções também para sopas, omeletes e quiches. Já os frutos da bertalha podem ser aproveitados como corante para pratos doces e salgados. | Imagem: Shizhao
Com alto teor de proteína, a ora-pro-nóbis é conhecida como “carne verde”. Também é rica em fibras e ainda contém ferro, cálcio, zinco e potássio. Espinhosa, é muito utilizada como cerca-viva e pode ser plantada em lugares sombreados ou ensolarados. Deve ser adubada e podada frequentemente, para manter as folhas grandes. Na cozinha, evite picá-la para não soltar baba. Pode ser consumida crua ou cozida, desde as folhas e ramos às flores e frutos. Também pode ser utilizada como corante verde para o preparo de massas e bolos. | Imagem: Kauderwelsch
Por sua fácil reprodução, a beldroega infesta áreas ricas em matéria orgânica, como canteiros e hortas, sendo considerada invasora. Porém, vale a pena mantê-la viva: essa PANC é rica em ômega-3, vitamina C, cálcio, fósforo, magnésio, sódio, potássio e ferro. É espontânea, mas também pode ser plantada. Exige pouca rega. Para consumi-la, com exceção das raízes, aproveitam-se todas as suas partes. As folhas, flores e caules podem ser utilizados crus em saladas. Talos e folhas ainda podem ser cozidos em refogados ou servir para engrossar sopas e cremes. Já as sementes, pretas, servem para enriquecer massas como pães e bolos, adicionadas a farinha. | Imagem: Ethel Aardvark
Essa planta também é conhecida como língua-de-vaca e é fácil encontrá-la em terrenos baldios e quintais, pois cresce espontaneamente e produz muitas sementes. Suas folhas são muito ricas em proteínas, além de cálcio, ferro, magnésio e potássio. Seu uso na culinária é semelhante ao do espinafre, sendo geralmente consumida cozida para refogados, recheio de tortas ou para incrementar sopas e massas. As folhas novas dessa PANC também podem ser consumidas cruas. | Imagem: Raffi Kojian
Pela abundância de ferro que a taioba tem, atribui-se a ela o poder de curar até mesmo quadros de anemia. É ainda rica em vitaminas do complexo A, B e C e minerais como cálcio e fósforo. Seu cultivo vai bem em solos bastante férteis, mas também é uma planta que nasce espontaneamente no mato. Para consumir, a folha refogada lembra o gosto da couve. É um bom acompanhamento para feijoada ou para fazer charutos e rocamboles. Só não pode comer crua devido ao alto teor de cristais de oxalato de cálcio, associado à formação de pedras nos rins. | Imagem: Tauʻolunga
Trata-se de uma das plantas mais ricas em ferro que existe. Vitaminas e minerais também compõem a urtiga, que possui ação anti-inflamatória. Deve ser cultivada à meia-sombra, em solos úmidos e bem férteis. Na culinária aproveitam-se suas folhas, que devem ser consumidas cozidas. O uso da urtiga é comum na gastronomia italiana, no preparo da sopa de urtiga. Com essa PANC também dá para fazer molho pesto para massas e chá. | Imagem: Solipsist~commonswiki
Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o nutricionista de sua confiança.