Estudo brasileiro avaliou o impacto do sobrepeso, independentemente de outras comorbidades, nas características físico-químicas salivares de adolescentes, além de fósforo, uréia, cálcio, colesterol, 7-cetocolesterol, 25-hidroxivitamina D2 e D3 e ácido úrico, a fim de identificar biomarcadores confiáveis de acúmulo de gordura corporal nestes indivíduos. Para isso, foram selecionados 248 adolescentes e excluídos indivíduos que não apresentassem uma boa saúde bucal, além de outras comorbidades. Foram mensurados altura, peso, percentual de gordura corporal (%GC) e massa magra, e calculado o IMC dos participantes. Amostras de saliva foram coletadas para avaliação das concentrações de quociente de vazão, pH, fósforo, uréia e calcio, duas horas após a refeição e uma hora após higiene oral. Para análise de colesterol, 7-cetocolesterol, ácido úrico e 25-hidroxivitamina D2 e D3, a saliva foi coletada na casa do participante usando um dispositivo de “saliveta” após um jejum de 12 horas.
Em adolescentes com %GC acima do ponto de corte, foram encontrados maiores níveis de ácido úrico salivar e o sexo masculino também apresentou maiores níveis de ácido úrico e de uréia que o sexo feminino. Não foi encontrada diferença significativa nos os níveis de 25-hidroxivitamina D2 e D3, colesterol, 7-cetocolesterol, fósforo, cálcio e uréia entre os grupos acima e abaixo do ponto de corte de %GC e a variação na concentração do fluxo salivar era pequeno.
Assim, os autores concluíram que o ácido úrico salivar mostrou-se um importante marcador de acúmulo de gordura corporal em adolescentes que ainda não apresentam doenças crônicas associadas à obesidade, demonstrando a relevância clínica da saliva para detectar precocemente alterações e monitorar o estado nutricional utilizando um método não invasivo e preciso.