Estudo PREVEND teve como objetivo investigar a associação entre as concentrações plasmáticas de vitamina B 12 com a mortalidade por todas as causas na população em geral.
Para isso, foram incluídos no estudo 5.571 participantes com a idade média de 53,5 anos, sendo 50,8% homens (2830). Foram excluídos no início do estudo, pacientes com histórico de Doença Cardiovascular (DCV), câncer, baixas concentrações plasmáticas de vitamina B 12 ou alta concentrações plasmáticas de homocisteína. O acompanhamento durou, em média, 8,2 (7,7-8,9) anos. Foram coletadas medições hematológicas, incluindo hemoglobina, hematócrito, volume corpuscular médio, níveis de ferritina e transferrina séricos, concentrações de homocisteína e taxas de excreção urinária de albumina.
Os participantes foram divididos pelo nível de concentração plasmática de vitamina B12 em quartis (da mais baixa concentração para mais alta). A concentração plasmática média de vitamina B12 foi de 394,42 pg /mL (310,38-497,42 pg /mL). Haviam 1.390 participantes (idade média 52,5 anos; 51,0% homens) no quartil 1 de menor concentração (338.85 pg/ml), 2.787 participantes (idade média 53,4 anos; 51,8% homens) nos quartis 2 e 3 (338.85 a 455.41 pg/mL) e 1.394 participantes (idade média 54,6 anos; 48,5% homens) no quartil 4 (> 455,41 pg /mL), de maior concentração. Os participantes do quartil 4 tinham maior probabilidade de serem mais velhos, terem maior IMC e aumento da pressão arterial. Maior concentração plasmática de vitamina B12 foi positivamente associada ao uso de medicamentos hipolipemiantes, concentração de HDL, ferritina e hemoglobina, e inversamente associada ao volume corpuscular médio, nível de homocisteína, e taxa de filtração glomerular.
Durante o acompanhamento, 226 participantes (4,1%) morreram e de acordo com a concentração plasmática de vitamina B12, as taxas de mortalidade por todas as causas foram menores para o quartil 1 (33,8 mortes a cada 10.000 pessoas ao ano) comparado com o quartil 4 (65,7 a cada 10.000 pessoas, ao ano). Após ajuste de variáveis clínicas e laboratoriais, análises de regressão encontraram associação significativa entre o nível mais alto de concentração plasmática de vitamina B12 e o aumento do risco de mortalidade por todas as causas (RR 1,25, P = 0,006). Não foram encontradas associações independentes entre concentração plasmática de vitamina B12 e mortalidade por câncer ou com mortalidade por DCV.
Os autores concluíram que, os maiores níveis plasmáticos de vitamina B12 (> 455,41 pg /mL) foram associados ao aumento no risco de morte por todas as causas (P = 0,005), considerando ainda, uma maior cautela ao uso clínico de suplementações de B12 para pacientes com deficiência da vitamina.