Sim, pesquisas têm demonstrado que a suplementação com antioxidantes pode ser eficaz no tratamento da colite ulcerativa. Os principais micronutrientes antioxidantes investigados são vitamina E, C, betacaroteno e selênio. Além disso, alguns fotoquímicos antioxidantes e com atividade anti-inflamatória, como a curcumina, também têm beneficiado esses pacientes.
Os mecanismos de ação incluem: (1) eliminação direta de espécies reativas de oxigênio, (2) diminuição da expressão de proteínas pró-inflamatórias e (3) modulação de moléculas na superfície dos leucócitos.
A colite ulcerativa é uma doença caracterizada pela inflamação difusa da mucosa do cólon, afetando o reto em 95% dos casos e as porções proximais do cólon. Apesar de ser uma doença inflamatória intestinal (DII) idiopática, ou seja, de causa indefinida, o estresse oxidativo é conhecido como um potencial fator etiológico e /ou desencadeador da colite ulcerativa. Por essa razão, os antioxidantes têm sido utilizados para melhorar a condição clínica dos pacientes.
Além disso, vários estudos têm demonstrado que os pacientes com colite ulcerativa, muitas vezes têm deficiências de nutrientes antioxidantes, como selênio, betacaroteno, vitaminas A, E e C, no momento do diagnóstico. Esses pacientes também possuem atividade plasmática reduzida da glutationa peroxidase, que é uma enzima antioxidante dependente de selênio.
Um estudo clínico randomizado e controlado avaliou a eficácia de um suplemento oral, contendo óleo de peixe, fibras solúveis, selênio e vitaminas E e C em 121 pacientes com colite ulcerativa leve a moderada. Em comparação com o grupo placebo, o grupo que recebeu a suplementação apresentou uma diminuição significativa da dose de prednisona necessária para controlar os sintomas clínicos. Embora os pesquisadores tenham utilizado outros componentes que beneficiam os pacientes com colite ulcerativa, esse foi um dos poucos estudos clínicos que incluiu antioxidantes na suplementação.
Mirbagheri e colaboradores verificaram que a administração de enema contendo 8000 U/dia de alfa-tocoferol em 14 pacientes, durante 12 semanas, melhorou os sintomas significativamente e houve remissão da doença em 64% dos pacientes, sem eventos adversos.
Nos últimos anos, diversos estudos investigaram a eficácia de curcumina, um antioxidante polifenólico da Curcuma longa L ., em modelos experimentais de colite ulcerativa. Entretanto, poucos estudos foram realizados em seres humanos. Em um estudo multicêntrico, randomizado, duplo-cego e controlado por placebo a eficácia da curcumina foi avaliada em 89 pacientes com colite ulcerativa. Além da medicação usual (sulfasalazina ou mesalazina), os participantes receberam a curcumina (2 g/d) ou placebo, durante 6 meses. A taxa de recorrência da doença foi significativamente menor no grupo que recebeu a curcumina, com melhora dos sintomas clínicos e dos exames endoscópicos, além de não causar efeitos adversos.
Apesar dos efeitos promissores, mais estudos clínicos randomizados, duplo-cego e controlados por placebo são necessários para alcançar evidência convincente do uso rotineiro de micronutrientes antioxidantes e da curcumina em pacientes com colite ulcerativa.
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