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Pacientes com cirurgia eletiva marcada devem aumentar sua ingestão alimentar?

O aumento da ingestão alimentar nem sempre é necessário, mas, sem dúvidas, os pacientes devem receber terapia nutricional (TN) adequada ao seu estado nutricional (EN). A desnutrição está bastante associada a resultados adversos no pós-operatório, por isso, a prescrição de TN no perioperatório (antes e depois da cirurgia) é recomendada pelos atuais guidelines.

Especificamente no período pré-operatório, a Diretriz ACERTO discute intervenções nutricionais no perioperatório e afirma que há menor risco de morbi-mortalidade e menor custos hospitalares quando os candidatos a cirurgia eletiva, mediante risco nutricional identificado por triagem nutricional, recebem 5-10 dias de TN pré-operatória, preferencialmente mediante o uso oral de suplementos proteicos, nutrição enteral ou parenteral. Já a ESPEN indica que esse tempo de terapia pré-operatória deve ser de 10 a 14 dias. O uso de suplementos ou fórmulas enterais com imunomoduladores também é indicado em alguns casos no período perioperatório. Arginina, ácidos graxos ômega-3 e nucleotí­deos têm sido associados a uma modulação positiva da resposta inflamatória, melhora da res­posta imunológica e melhor cicatrização.

Outra estratégia com forte grau de recomendação é a abreviação do jejum pré-operatório. Recomenda-se jejum de sólidos de 6-8h antes da indução anestésica e de 2h antes da anestesia para líquidos contendo carboidratos (maltodextrina). Essa abreviação do jejum não mostrou prejuízo de esvaziamento gástrico e está associada à melhora de parâmetros metabólicos, especialmente com a redução da resistência insuliníca, imunomodulação com menor reação inflamatória, e incremento da capacidade funcional no pós-operatório. A abreviação do jejum só está contraindicada em casos de retardo no esvaziamento esofágico ou gástrico, ou em procedimentos de emergência.

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