Considerando que a obesidade materna é fator de risco para a obesidade infantil, Isganaitis e colaboradores realizaram estudo prospectivo a fim de avaliar a relação entre obesidade materna e metabolitos do leite humano, composição corporal infantil e ganho de peso pós-natal.
35 mães e filhos foram divididos em 2 grupos conforme IMC materno pré-gestacional: Eutrofia (IMC < 25) e Excesso de peso (IMC ≥ 25). Todas as crianças receberam exclusivamente leite materno. Foram avaliadas as composições do leite materno dos dois grupos e a composição corporal dos lactentes no primeiro e sexto mês pós-parto.
Na análise de 1 mês pós-parto, 10 metabólitos diferiram entre os grupos eutrofia e excesso de peso, sendo que 4/10 metabolitos eram derivados de nucleótidos e 3/10 eram oligossacáridos de leite humano. Já no sexto mês, 20 metabólitos diferiram significativamente entre os grupos. Em ambos os momentos, a concentração de 1,5-anidroglucitol, que não foi previamente descrita no leite, foi positivamente associada com o IMC materno.
Os autores concluíram que a obesidade materna está associada a mudanças no metaboloma do leite humano, e que essa relação pode ser um potencial mecanismo para explicar a transmissão materno-infantil da obesidade.
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