Estudo teve como objetivo avaliar a associação entre consumo de fruta e suco de fruta e risco de diabetes.
36.147 voluntários entre 20 e 70 anos responderam a um questionário de ingestão alimentar detalhado diariamente durante um ano. No inicio do estudo foi fornecido uma fita para verificação de glicosúria e os pacientes foram orientados a procurar um médico no caso de positividade, e a cada 3-5 anos era verificado se os participantes tinham recebido diagnostico de diabetes. Foram coletados também dados sociodemográficos, histórico familiar de diabetes, tabagismo, etilismo e prática de atividade física.
Os voluntários foram acompanhados em média por 14,6 anos, sendo 75% mulheres com idade média de 49 anos. O consumo médio de suco de fruta foi de 40g/dia e de fruta 128g/dia. Comparados aos que não consumiam frutas, os indivíduos com alto consumo de suco de frutas eram na maioria mulheres, não fumantes, com nível educacional mais alto, mais fisicamente ativos, menos frequentes consumidores de grande quantia de álcool, e possuíam hábitos de vida mais saudáveis, sendo que os mesmo dados foram encontrados em indivíduos com alto consumo de frutas quando comparados com baixo consumo de frutas. Após ajuste de idade e sexo, os indivíduos que consumiam ≤ 8 copos de suco de frutas por semana apresentaram redução da incidência de diabetes. No entanto, essa associação se tornou não significativa após ajuste das demais variáveis. Ao comparar o menor quintil de consumo de fruta com o médio e maior quintil, estes últimos se associaram a uma menor incidência de diabetes tipo 2, mas essa associação foi atenuada e não mais significativa após ajuste de variáveis, sendo que o ajuste por qualidade dietética resultou na maior atenuação da diferença.
Assim, os autores concluíram que o consumo de suco de fruta ou de fruta não se associou ao maior risco de diabetes tipo 2, mas também não significou um fator de proteção contra a doença.