Crianças hospitalizadas estão em alto risco de desenvolver desnutrição e a avaliação adequada do estado nutricional desta população é prejudicada devido às diferentes manifestações de desnutrição e de doenças sobre os marcadores de desnutrição e de sua evolução.
O estudo conduzido por Katsagoni e colaboradores avaliou a eficácia de duas ferramentas de avaliação do risco nutricional (ARN): o escore de desnutrição pediátrico Yorkhill (Paediatric Yorkhill Malnutrition Score – PYMS) e a ferramenta de triagem para avaliação da desnutrição em pediatria (Screening Tool for the Assessment of Malnutrition in Paediatrics – STAMP), comparado à avaliação clínica dos nutricionistas.
Foi realizado um estudo prospectivo com crianças internadas nos hospitais pediátricos por ao menos um dia. Foram aferidos peso, estatura, IMC, aplicados o PYMS e o STAMP e avaliada a ingestão dietética.
Fizeram parte do estudo 1506 crianças com idade média de 5,7 anos e IMC médio de 16,6 kg/m². O PYMS mostrou melhor concordância com o julgamento dos nutricionistas, melhor acurácia diagnóstica e na determinação do status de crescimento em comparação ao STAMP, utilizando como comparação os dados da WHO e os gráficos helênicos de crescimento. A prevalência de risco nutricional foi de 13,1% e 14,9%, para médio e alto risco, respectivamente. O tempo de hospitalização foi maior nas crianças que apresentaram alto risco em comparação com baixo risco nutricional.
Assim, os autores concluíram que o PYMS foi superior ao STAMP baseado na sensibilidade e especificidade em relação ao julgamento clínico dos nutricionistas. Sua eficácia foi independente dos gráficos de crescimento usados (OMS ou helênicos) ou das enfermarias avaliadas (clínica ou cirúrgica), portanto, recomenda-se seu uso na prática clínica.
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