Estudo de coorte analisou 366 indivíduos para desenvolver o METS-VF, uma nova pontuação que seria capaz de prever o risco de resistência à insulina, diabetes tipo 2 (DM2), síndrome metabólica, aterosclerose, dislipidemia, hipertensão e doenças coronárias relacionadas ao acumulo de gordura intra-abdominal e visceral (IVA). O METS-VF foi modelado usando regressão não linear e validado em duas coortes de replicação com absorciometria dupla por raios X (DXAe impedância bioelétrica.
Foram analisados homens (20,9%) e mulheres (79,1%) com idade 18 e 78 anos e IMC> 18,5 kg/m², e coletada amostras sanguíneas para avaliação de glicemia, perfil lipídico, adiponectina plasmática, leptina, fator de crescimento de fibroblastos (FGF-21), além de dados antropométricos e DXA. 11,7% os indivíduos estudados estavam dentro do peso normal, 34,2% estavam acima do peso e 54,1% eram obesos, 17,1% apresentaram DM2 e 14,9% hipertensão. Na validação, foram incluídos 184 indivíduos com predominância feminina de 65,6%, 34,9% apresentaram DM2, 33,1% tinham peso normal, 40,8% estavam acima do peso e 26,1% eram obesos.
O METS-VF demonstrou um melhor desempenho em comparação com outros métodos de avaliação da IVA, considerados como padrões-ouro DXA ou ressonância magnética, para medição da gordura, apresentando desempenho igualmente positivo em indivíduos sem riscos metabólicos. O ponto de corte foi definido em > 7,18 em pacientes saudáveis para identificar o aumento do IVA (> 100 cm 2). Na coorte de síndrome metabólica, indivíduos nos quintis superiores do METS-FV (> 7,2) apresentaram risco 3,8 e 2,0 vezes maior de ocorrência de diabetes e hipertensão, respectivamente (p <0,001), sendo este efeito independente do IMC para ambos os resultados.
Os autores concluíram que o METS-VF pode ser utilizado para avaliar de forma precisa a gordura IVA e também para prever risco de alterações metabólicas, podendo ser um substituto clínico útil para avaliação da adiposidade visceral e uma medida geral da saúde cardiometabólica.