Pesquisadores da Dinamarca publicaram na revista Clinical Nutrition um estudo que demonstrou os efeitos benéficos do fornecimento adequado de proteína em pacientes internados em unidade de terapia intensiva (UTI).
O objetivo do estudo foi investigar se a mortalidade em pacientes internados em UTI está relacionada com fornecimento inadequado de energia e/ou proteínas. Trata-se de um estudo observacional prospectivo de coorte que avaliou 113 pacientes internados em UTI.
As prescrições iniciais de energia foram de 25-30 kcal/kg de peso corporal por dia e de proteínas 1,2-1,5 g/kg de peso corporal por dia. As medições do gasto energético de repouco (GER) foram feitas por calorimetria indireta assim que admitidos na UTI e reavaliados diariamente, exceto nos finais de semana. A terapia nutricional enteral (NE) foi iniciada dentro de 24 horas após a admissão na UTI. Quando as necessidades não foram atingidas pela NE, foi fornecida a complementação com nutrição parenteral.
A mortalidade foi maior entre os pacientes não atingiram as necessidades de proteínas, com ingestão < 0,79 g/kg de peso corporal por dia (p < 0,005). Os pesquisadores observaram que o risco de morte foi significativamente menor quando as necessidades de proteínas foram atingidas, com ingestão de 1,49 g/kg de peso corporal por dia. No entanto, não foi significativo em relação ao fornecimento total de calorias.
“Nestes pacientes gravemente doentes, o fornecimento adequado de proteína foi associado com menor mortalidade. A interpretação mais plausível destes dados é que esse grupo desenvolveu mais complicações não infecciosas, estando relacionado com o suporte nutricional inadequado. Com base nesses dados, estudos randomizados com o fornecimento de 1,5 g/kg de peso corporal por dia de proteínas em pacientes críticos devem ser realizados para confirmar a hipótese de que o maior aporte proteico diminui mortalidade nesse grupo de pacientes”, concluem os autores.