Monereo-Muñoz e colaboradores realizaram um estudo observacional prospectivo a fim de comparar o valor prognóstico da massa magra avaliada pelo DXA com massa muscular avaliado por ferramentas subjetivas como área muscular do braço (AMB) e circunferência da panturrilha (CP), e com testes de função física, como força de pressão palmar (FPP), velocidade da marcha (VM), equilíbrio em pé (EP), testes de pé (TP), fragilidade e incapacidade em 187 idosos hospitalizados, ajustando os valores por sexo e comorbidades. Foi calculado o IMC, mensurado a CP, a CMB e a PCT para cálculo da AMB, avaliado grau de atrofia muscular, avaliada composição corporal por DXA, realizada avaliação de performance física muscular, e avaliado disabilidade e fragilidade.
A idade média dos participantes foi 76,1 anos (65 a 94), 106 homens e 81 mulheres, que apresentaram uma prevalência de desnutrição de 74,9%, 40,5% com AMB abaixo do percentil 10, função muscular <20% em 55,4% dos idosos e velocidade de marcha <0,8m/s em 80,8%. As mulheres apresentaram maior perda de massa muscular, pior performance físisca muscular avaliada por FPP, VM, EP e TP. No entanto, homens mostraram maior índice de comorbidade de Charlson e mortalidade. A sobrevida foi relacionada com sexo masculino, comorbidade, desnutrição, PFM reduzida, fragilidade e desabilidade. Massa magra e gorda avaliada por DXA e densidade mineral óssea também se relacionaram com sobrevida. Referência limite de massa magra apendicular proposto pelo NHANESIII (6,19 kg/m² no sexo masculino e 4,73 kg/m² no sexo feminino) foram significativamente relacionados à mortalidade em longo prazo, mas foi obtida uma melhor relação com a massa magra apendicular abaixo do percentil 10 (5,11 kg/m² no sexo masculino e 4,53 kg/m² no sexo feminino) e percentil 5 (4,78 kg/m² no sexo masculino e 4,17 kg/m² no sexo feminino). Pacientes com massa magra abaixo do percentil 15 e acima do percentil 90 mostraram um aumento da mortalidade a longo prazo. Todos os dados determinados por DEXA, massa magra e gordura, e DMO estavam intimamente correlacionados com outros dados nutricionais e testes de função física, mas não com o índice de comorbidade de Charlson.
Com isso, os autores destacaram que embora o exame de DXA seja de difícil execução em pacientes idosos hospitalizados e esteja relacionado à custos adicionais, ele tem um valor prognóstico incontestável, mas referência de pontos de corte inferiores aos personalizados devem ser estudados.