Além de hábitos alimentares e estilo de vida não saudáveis, a obesidade é uma condição influenciada pela cultura, situação socioeconômica, políticas e ambiente. Por exemplo, se o ambiente em que a criança está inserida promove uma alimentação baseada em ultraprocessados, se ela não tem acesso e incentivo à prática de atividade física e se não existem políticas de subsídio fiscal a alimentos in natura ou minimamente processados, há um contexto nítido que provoca o ganho de peso e a ampliação da obesidade infantil.
Logo, para deter o avanço do número de crianças obesas, é preciso adotar estratégias efetivas, como as sugeridas no e-book Policy Brief do Projeto Nutrir:
Promoção da saúde nas escolas – combate a Obesidade Infantil
A escola é o ambiente em que a criança passa boa parte do seu tempo diário, então, atividades voltadas para a educação nutricional e alimentar, visitas de profissionais da saúde para acompanhamento da criança, programas de alimentação saudável nas escolas, restrição de alimentos ultraprocessados em cantinas e em comércios próximos, acesso à água potável e promoção de atividade física diária são estratégias que podem resultar em crianças mais saudáveis e conscientes, além do controle de ganho de peso.
Campanhas de comunicação em saúde
Comunicar é uma estratégia básica para promover uma população mais consciente e autônoma no cuidado com a sua saúde. Por isso, utilizar campanhas de incentivo ao consumo de frutas e hortaliças e que promovam mudanças comportamentais sem provocar discursos preconceituosos também afetam positivamente a redução da obesidade.
Medidas fiscais e protetivas
Implementar políticas de tributação que encareça os produtos não saudáveis ou incentivo fiscal que reduza o custo dos alimentos in natura ou minimamente processados, regular o marketing infantil para menor exposição das crianças a publicidades agressivas que induzem a compra de produtos não saudáveis e a rotulagem visível e esclarecedora sobre a composição e classificação (processado ou ultraprocessado) do alimento, também contribuem para minimizar os casos de crianças com sobrepeso ou obesas.
Ações na atenção primária à saúde (APS)
A aquisição ou melhoria de equipamentos como balança e estadiômetro, além da capacitação e qualificação dos profissionais de saúde são imprescindíveis para o monitoramento do estado nutricional e do consumo alimentar. A equipe multiprofissional da APS também tem um importante papel no incentivo ao aleitamento materno que é apresentado em diversos estudos como um dos fatores capazes de prevenir a obesidade infantil.
Ambientes alimentares saudáveis
O ambiente tem grande influência nas escolhas e hábitos dos indivíduos, como já mencionado. Por isso, iniciativas que garantam sistemas alimentares sustentáveis (produção, processamento, distribuição, acesso, comercialização, consumo, preparo e descarte residual adequado) e que assegurem os direitos à alimentação e nutrição, promovem espaços que melhoram comportamentos e escolhas alimentares.
Atividade física nas cidades
O sedentarismo é uma realidade no mundo contemporâneo e para ter saúde a combinação ideal está em uma alimentação saudável com a prática de atividade física. Portanto, o incentivo deve estar pautado nas políticas públicas de saúde com a inserção e manutenção de espaços com infraestrutura e segurança para a prática, além de programas que ofereçam atividade física nas escolas e em espaços públicos de forma gratuita.
Essas estratégias têm um papel que ultrapassa a prevenção e redução da obesidade infantil. Elas são capazes de promover mudanças maiores que interferem na saúde e qualidade de vida da população como um todo.
Clique abaixo para fazer download dos e-books utilizados na produção desse conteúdo:
Obesidade em crianças e adolescentes: uma responsabilidade compartilhada
Policy Brief “Obesidade Infantil – estratégias para prevenção e cuidado