Para a realização deste estudo, os autores utilizaram dados do questionário NutritionDay sobre desnutrição nos hospitais. O questionário contém informações sobre a equipe de nutrição e a estrutura hospitalar, dados clínicos, demográficos e nutricionais e ingestão alimentar do paciente, dados para preenchimento do formulário de avaliação nutricional MST e informação sobre alta hospitalar, transferência ou mortalidade.
O estudo contou com 155.524 pacientes de 8.336 hospitais, com idade média de 62 anos e IMC de 24,7kg/m². Destes, 41% responderam que ingeriam toda a comida, 12% não comeram nada, mesmo sendo permitido, e 9% estavam de jejum para algum procedimento. Ao analisar o tempo de internação hospitalar, verificou-se que os pacientes que informaram não comer nada apresentaram risco aumentado de mortalidade em 30 dias. O risco de mortalidade para os que ingeriram metade da refeição foi HR 2,25, e entre os que ingeriram um quarto foi de HR 3,51, para os que estavam de jejum foi HR 3,70 e os que não ingeriram nada mesmo estando permitido foi de HR 5,66, sendo todos esses valores significativos (p<0,001). Os pacientes que ingeriam um quarto das refeições ou menos tinham menos probabilidade de receberem alta, sendo o HR para um quarto 0,85, para “nada” 0,77 e para jejum 0,82, também todos significativos (p<0,001). De acordo com o risco nutricional, o número de pacientes que ingeriam um quarto ou menos das refeições foi maior no grupo MST 0-1 do que no MST ≥2.
Assim, os autores concluíram que ingestão alimentar inadequada é frequente nos pacientes hospitalizados e que os que não ingerem toda a refeição apresentam maior mortalidade em 30 dias, menos chance de receber alta hospitalar e um pior estado nutricional.