Parabrobióticos, também conhecidos como probióticos fantasmas, são células microbianas não viáveis que, quando administradas em quantidades adequadas, conferem benefício ao hospedeiro.
O termo paraprobiótico foi proposto em 2011 por Valentina Taverniti e Simone Guglielmetti, pesquisadoras italianas que conduziram uma revisão bibliográfica com o objetivo de fornecer uma visão geral da literatura científica referente a estudos nos quais células microbianas não viáveis ou frações de células microbianas brutas foram investigadas como agentes promotores da saúde. O prefixo ‘para’ (do grego antigo, παρά) foi escolhido por causa de seu significado de ‘ao lado de’ ou ‘atípico’, que pode simultaneamente indicar similaridade e diferença da definição probiótica tradicional.
A Organização Mundial da Saúde define probióticos como”micro-organismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefício para a saúde do hospedeiro”. Esta definição especifica que os micro-organismos probióticos devem ser vivos é suportada por um grande número de estudos que sugerem que para proporcionar benefícios à saúde, micro-organismos devem ser viáveis.
Contudo, evidências científicas indicando que os micróbios inativados afetam positivamente a saúde humana também podem ser encontradas na literatura. Uma quantidade considerável de dados publicados indica que o uso de células não-viáveis microbianas ou componentes celulares podem influenciar o sistema imunológico do hospedeiro.
Além de diversos estudos provando as positivas interações de paraprobióticos com o sistema imunológico, um estudo publicado em 2016 por pesquisadores japoneses foi o primeiro a demonstrar que a ingestão contínua de células de Lactobacillus gasseriCP 2305 tratadas termicamente afetou claramente a funcionalidade intestinal.
Dessa forma, observa-se que paraprobióticos têm demonstrado influenciar positivamente a saúde humana com a notória vantagem sobre os probióticos de permitir a geração de alimentos mais seguros. A utilização de bactérias inativadas representaria uma vantagem porque é possível reduzir drasticamente os problemas de vida útil e eliminar os riscos de translocação e infecção microbiana para o consumidor. No entanto, a partir desta perspectiva nova e mais ampla, muitos aspectos devem ser considerados, por exemplo, deve haver um monitoramento cuidadoso dos efeitos que diferentes tipos de tratamentos de inativação têm na estrutura e componentes bacterianos e na manutenção das propriedades probióticas, quantitativa e qualitativamente.