Estudo transversal realizado com 3363 adultos iranianos teve como objetivo avaliar a associação entre padrões alimentares e distúrbios psicológicos.
Foram coletadas informações demográficas, de histórico de doença, de prática de atividade física, peso e altura. Questionário semi-quantitativo de Frequência Alimentar (QFA) foi aplicado para coletar os dados sobre a ingestão alimentar. Foram determinados os padrões alimentares “dieta saudável” (rica em grãos integrais, produtos lácteos com baixo teor de gordura, vegetais, oleaginosas), “dieta transicional” (rica em óleos vegetais, sal, carnes, batatas fritas, legumes, pimenta, e aves), e “dieta peixes e aves” (rica em peixes, aves e grãos refinados). Escalas específicas e validadas foram aplicadas para avaliar ansiedade e depressão.
Prevalência de depressão, ansiedade e mal-estar psicológico foi de 10,6% (homens: 7,0% e mulheres: 13,5%), 5,7% (homens: 4,4% e mulheres: 6,8%) e 23,3% (homens: 18,4% e mulheres: 26,5%), respectivamente. Foi observada relação inversa entre seguimento de “dieta transicional” e risco de depressão (RR: 0,36), ansiedade (RR:0,43) e mal-estar psicológico (RR: 0,41). Maior adesão à “dieta saudável” foi associada à menor risco de todos os distúrbios psicológicos estudados, enquanto maior adesão à “dieta peixes e aves” foi associada à menor risco de depressão. Não foram observadas relações significativas entre a ingestão de ômega-3 e distúrbios psicológicos.
Os autores concluíram que existe relação entre padrões dietéticos e risco para ansiedade, depressão e mal-estar psicológico, mas estudos prospectivos são necessários para comprovar esses resultados.
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