O mangostão (Garcinia mangostana Linn) é uma fruta de origem asiática de sabor ligeiramente ácido e doce. Diversos estudos demonstram que o seu consumo está associado a muitos benefícios à saúde, e há séculos tem sido usada com finalidades clínicas no Sudeste Asiático. Em sua composição há uma potente xantona, uma classe de compostos polifenóis, que tem o alfa(α)- e gama(γ)- mangostino(MG) como os mais abundantes compostos bioativos.
A parte comestível do mangostão é a de cor branco leitoso, sendo o α e γ-MG extraídos a partir de outras partes da planta, como a seiva seca e a casca, ou pericarpo.
Cada vez mais este fruto se torna alvo de pesquisadores, que acreditam, principalmente, ser o composto α-MG responsável pelas propriedades antioxidantes, anti-inflamatória, antibacteriana, antifúngica, antiparasitária, além de prevenir o câncer, doenças cardiovasculares, diabetes, e controlar o peso.
O consumo do mangostão na redução do peso demonstra ser promissor, pois o α-MG é capaz de diminuir a adipogênese através dos pré-adipócitos de linhagem celular 3T3-L1 (células oriundas de ratos utilizadas em pesquisas do tecido adiposo).
Um estudo demonstrou que tanto o α-MG como o γ-MG podem reduzir a adipogênese e a inflamação por caminhos metabolicamente diferentes. Porém, a principal xantona, α-MG, demonstra ter melhor efeito na transcrição da adiponectina do que a γ-MG na adipogênese.
Entretanto, dada a associação entre a obesidade, outro estudo analisou os efeitos da α- e γ-MG em marcadores de inflamação e resistência à insulina, e demonstrou que o γ-MG é mais eficaz do que α-MG por aumentar os níveis de adiponectina em culturas primárias de adipócitos humanos, além de impedir a resistência à insulina mediada por Lipopolissacarídeo – LPS (endotoxina altamente tóxica derivada da membrana celular externa de bactérias gram-negativas e importante ativador da resposta imunológica) em adipócitos humanos.
Contudo, futuros estudos precisam ser realizados para avaliar os efeitos do γ-MG no metabolismo lipídico em obesos e no metabolismo da glicose, visto que a adiponectina é um regulador chave. Estudos in vivo também são necessários para determinar a capacidade do MG em recapitular resultados observados in vitro.