Os probióticos estudados para combater as infecções cirúrgicas do trato gastrintestinal trazem benefícios tanto na recuperação de pacientes submetidos a essas intervenções cirúrgicas quanto na prevenção de infecções. Além disso, ajudam a diminuir o uso excessivo de antibióticos.
Giovanchetti e colaboradores avaliaram se pacientes com retocolite ulcerativa inespecífica reativariam a pouchite (inflamação ocorrida após anastomose íleo-anal) depois do uso de uma associação de probióticos (quatro cepas de lactobacillus e S. thermophilus). Dos pacientes que receberam os probióticos, 15% reativaram a pouchite e, do grupo placebo, 100% apresentaram a reativação. Os autores concluíram que o uso de probióticos pode prevenir a reativação da pouchite.
Em outro estudo randomizado, placebo controlado, com pacientes submetidos a transplante hepático, o grupo que recebeu a cepa Lactobacillus plantarum 299 apresentou menor incidência de sepse. Outro grupo de pesquisa encontrou melhor evolução no pós-operatório e menor tempo de internação em pacientes com câncer biliar, após realizar hepatectomia, quando usaram a combinação de probióticos (Lactobacillus cepa Shirota e Bifidobacterium breve) e prebióticos.
Um grupo de pesquisadores brasileiros realizou estudo experimental em animais para avaliar o uso de dieta acrescida de probióticos sobre a resposta imunológica, após laparotomia. O grupo estudo recebeu dieta com probióticos por cinco dias antes da intervenção cirúrgica e outro grupo recebeu placebo. Após este período foram submetidos a laparotomia com secção e anastomose imediata do cólon esquerdo e logo após voltaram a receber as mesmas dietas. O estudo observou que os animais que receberam os probióticos apresentaram melhor resposta imunológica e maior trofismo (processo de nutrição tecidual) colônico, verificado pelo aumento do peso do cólon.