Esse mineral é utilizado no organismo na síntese dos hormônios produzidos pelas glândulas da tireoide, conhecido como T4 (Tiroxina) e T3 (tri-iodotironina). Esses hormônios estão envolvidos na regulação dos processos metabólicos no corpo humano, sendo responsáveis pelo crescimento ideal do sistema nervoso central e do cérebro. Além de sua conhecida atuação na composição dos hormônios tireoidianos, estudos mostram que ele atua também como um antioxidante, com efeitos protetores contra inflamações e câncer.
Porém, como podemos obter esse mineral através da alimentação?
Nos alimentos, o iodo é encontrado em grande concentração principalmente nos frutos no mar, como ostras, moluscos, mariscos e peixe de água salgada, porém ele pode ser encontrado também em leite, ovos e sal iodado. Cereais, vegetais e carnes são classificados como fonte secundária. Desde 1953, no Brasil existe uma campanha de combate à deficiência de iodo, tornando obrigatória a adição desse mineral no sal de cozinha comum e reforçando que, além do uso do sal, é importante haver o consumo de alimentos fontes, com valorização e incentivo a ingestão dos alimentos de origem marinha, para assim prevenir a sua deficiência.
Podemos ver no quadro a seguir, os alimentos que mais apresentam o iodo em sua composição:
Alimentos (100g) |
μg iodo |
Bacalhau | 110 |
Camarão | 41,3 |
Leite | 57,3 |
Ovos | 24,7 |
Mexilhão | 120 |
Banana Prata | 47,7 |
Alface | 21,3 |
Sal iodado | 2.293 |
Apesar de ser encontrada em uma grande variedade de alimentos, a deficiência de iodo (DDI) ainda é muito comum e prevalente em alguns países.
Segundo dados recentes da OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 2 bilhões de pessoas sofrem com a sua deficiência. Isso se dá pela dieta pobre em alimentos fonte, em especial com restrição de sal, o não consumo de alimentos de origem marinha, dietas vegana e vegetariana e as dietas livre de glúten.
Mas quais são as manifestações clínica ligada à deficiência?
Os distúrbios mais comuns relacionados à DDI são o bócio endêmico, cretinismo endêmico e o hipertireoidismo.
O bócio endêmico é caracterizado pelo aumento da glândula da tireoide, sendo a manifestação mais comum encontrada na DDI. O bócio se dá pela adaptação fisiologia, causada pela ingestão insuficiente de iodo, gerando um aumento da secreção do hormônio estimulante da tireoide (TSH) e T4 resultando em hipertrofia e hiperplasia da glândula.
O cretinismo endêmico se caracteriza pela DDI e a baixa concentração dos hormônios da tireoide no período fetal e primeira infância, ocasionando a danos cerebrais irreversíveis, como retardo metal e anomalias neurológicas que afetam a mobilidade, audição e visão de crianças.
Já o hipertireoidismo é uma condição na qual a glândula da tireoide é hiperativa e produz excesso de hormônios tireoidianos. Essa irregularidade se dá após longos períodos em deficiência de iodo, gerando uma adaptação metabólica. A doença pode ocorrer devido a carências de micronutrientes, ao stress e por doenças autoimunes.
Além dessas manifestações mais conhecidas, alguns estudos demonstram que a deficiência de iodo e o hipertireoidismo pode ter uma ligação com o câncer de mama, porém os dados ainda são controversos, necessitando de mais pesquisas para entendimento da relação iodo e câncer.