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Quais são as estratégias nutricionais utilizadas para o ganho de massa magra em pacientes gravemente desnutridos?

Na desnutrição grave, como ocorre em pacientes com câncer e gravemente doentes, a perda de massa magra e comprometimento da função imunológica tornam-se mais evidentes. Nesses casos, a intervenção nutricional precoce é eficaz, pois está destinada a prevenir ou retardar a evolução da desnutrição para o quadro de caquexia.
O aumento do fornecimento calórico e protéico somente pela alimentação são insuficientes para induzir o aumento da massa magra nestes pacientes. Portanto, novas estratégias nutricionais são necessárias. São elas:
·    A utilização de fórmula enriquecida com EPA (ácido eicosapentaenoico – 2,2g) por 5 dias no pré-operatório (via oral) e 21 dias no pós-operatório (jejunostomia). Em estudo com 53 pacientes com câncer de esôfago esta fórmula enriquecida preveniu a perda de massa magra corporal em relação à fórmula padrão (normocalórica, normoproteica e sem adição de EPA).
·    A leucina é um nutriente que pode ser utilizado para o ganho de massa magra ou para prevenir a perda de proteína muscular. Este aminoácido, não serve apenas como substrato para a síntese protéica, mas como regulador do metabolismo de proteínas. Somente a suplementação oral de leucina livre não aumentou a massa muscular durante o treinamento de resistência em idosos, mas foi capaz de limitar a perda de peso induzida pela desnutrição. No entanto, não há provas de que a suplementação de leucina seja eficiente para promover ganho de massa muscular ou impedir sua perda durante estados catabólicos.
·    Quando estágios mais avançados da desnutrição já estão estabelecidos, como na caquexia, os estudos científicos demonstram melhor eficácia do tratamento integrado entre a terapia farmacológica e nutricional. Em 332 pacientes com síndrome da anorexia e caquexia em câncer, a terapia mais eficaz para o aumento da massa magra foi a combinação da suplementação oral enriquecida com EPA (2g/dia) e L-carnitina (4g/dia), associado com agentes farmacológicos como o acetato de medroxiprogesterona (500mg/dia) ou acetato de megestrol (320 mg/dia) e talidomida (200mg/dia).
A depleção da massa celular corporal ocorre como resultado da ingestão e absorção insuficiente de energia e/ou proteína. Além disso, as interações com a desnutrição e a doença de base induzem alterações metabólicas que levam ao catabolismo protéico.
Dessa maneira, o conhecimento do impacto negativo da desnutrição no prognóstico dos pacientes fornecem ferramentas eficazes que permitem a triagem, diagnóstico precoce e avanços na abordagem terapêutica.

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