O cromo é um mineral-traço encontrado no ambiente em diversas formas, mas principalmente na forma hexavalente, que é tóxica e cujo metabolismo leva a grande produção de espécies reativas de oxigênio, responsáveis por danos no DNA, morte celular e efeitos negativos sobre a saúde, como toxicidade pulmonar, asma brônquica e hepatotoxicidade; e a forma trivalente, mais estável, normalmente encontrada nas plantas, que parece ser cofator de proteínas, além de ser essencial ao metabolismo de carboidratos e lipídeos.
A participação no metabolismo dos carboidratos é o que dá destaque ao cromo, já que o mineral potencializa a ação da insulina. Estudos com pacientes com diabetes tipo 2, obesidade, síndrome do ovário policístico e com HIV demonstraram haver diminuição da resistência à insulina após a suplementação com picolinato de cromo. No entanto, sociedades médicas da área de diabetes ainda não recomendam a suplementação do mineral como tratamento da doença, além disso, trabalhos mostraram que a suplementação de cromo não proporcionou nenhum efeito positivo em indivíduos eutróficos ou que não apresentavam alteração de glicemia.
O cromo, como composto inorgânico, possui uma absorção baixa, porém na forma de composto orgânico, como nicotinato e picolinato, é melhor absorvido, motivo pelo qual a suplementação ocorre normalmente na forma de picolinato. A taxa de absorção parece ser melhor quando ingerido em quantidades mais baixas, porém ainda não há um consenso na literatura sobre essa recomendação. Sua absorção de modo geral é de 0,5 a 2,5%, sendo maior na presença de ácido ascórbico e carboidratos complexos. Após a absorção, é transportado pela transferrina, competindo com o ferro pelos sítios de ligação. Assim, em situações de excesso de ferro (hemocromatose) pode haver deficiência de cromo, por este não conseguir se ligar a transferrina. A suplementação de cromo, no entanto, não afeta o transporte e reserva de ferro.
No corpo humano, suas reservas se encontram no fígado, baço, tecido moles e ossos, sendo que a maior parte do cromo consumido é excretada nas fezes sem ser absorvida. A excreção acontece através da urina, sendo mais alta em diabéticos após a administração de insulina. Estresse, traumas físicos e alta carga de exercício aeróbico também aumentam excreção do mineral.
Até o momento, ainda não foram encontradas maneiras adequadas de quantificar o cromo presente nos alimentos e a quantidade usualmente ingerida por dia, mas sabe-se que as suas principais fontes alimentares são: mariscos, ostras, carne, fígado, queijo, grãos integrais, frutas, feijão verde, espinafre e brócolis. A deficiência é mais prevalente em grupos de risco como idosos e gestantes e a recomendação de ingestão adequada para cada faixa etária pode ser observada no quadro abaixo. A toxicidade do cromo pode ser observada na presença do cromo hexavalente.
Ingestão adequada (AI) para cromo
Idade | Homens | Mulheres |
Recém-nascidos | ||
0-6 meses | 0,2 µg/dia | |
7-12meses | 5,5 µg/dia | |
Crianças | ||
1-3 anos | 11 µg/dia | |
4-8 anos | 15 µg/dia | |
9-13 anos | 25 µg/dia | 21 µg/dia |
14-18 anos | 35 µg/dia | 24 µg/dia |
Adultos | ||
19-50 anos | 35 µg/dia | 25 µg/dia |
≥ 51 anos | 30 µg/dia | 20 µg/dia |
Gestantes | ||
≤ 18 anos | — | 29 µg/dia |
≥ 19 anos | — | 30 µg/dia |
Lactantes | ||
≤ 18 anos | — | 44 µg/dia |
≥ 19 anos | — | 45 µg/dia |
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