Estudo teve como objetivo estimar o aumento no risco absoluto de câncer associado ao consumo moderado de álcool em homens e mulheres e compara-lo ao aumento do risco absoluto de câncer associado ao tabagismo. A questão principal do estudo foi: “Puramente em termos de risco para câncer, quantos cigarros tem em uma garrafa de vinho?”.
Em homens e mulheres não fumantes, o consumo de 1 garrafa de vinho por semana foi associado ao aumento absoluto do risco de câncer em 1% e 1,4% , respectivamente, ou seja, se 1000 homens e 1000 mulheres ingerirem 1 garrafa de vinho por semana cada um, estima-se que 10 homens e 14 mulheres desenvolveriam câncer. Em homens, esse aumento de risco foi associado principalmente ao câncer de trato gastrointestinal e em mulheres ao câncer de mama (55% dos casos). Comparado ao tabaco, o aumento do risco de câncer em indivíduos que fumam 10 cigarros por semana seria de 2,1% em homens e de 1,5% em mulheres, sendo que em mulheres esse aumento do risco é praticamente igual ao aumento do risco para o consumo de álcool. O consumo de três garrafas de vinho por semana (cerca de meia garrafa por dia) representou aumento do risco de câncer em 1,9% em homens e 3,6% em mulheres.
O aumento neste risco de câncer associado ao consumo de uma garrafa de vinho por semana é aproximadamente equivalente a cinco cigarros por semana para homens e dez cigarros por semana para mulheres. Beber três garrafas de vinho por semana carrega o mesmo potencial de aumento no risco de câncer que fumar cerca de oito cigarros por semana para homens e 23 por semana para mulheres.
Com isso, os autores concluem que a ingestão moderada de bebida alcoólica esta associada a um aumento no risco absoluto de câncer, sendo este aumento significativo principalmente em mulheres e associado ao câncer de mama. Estes dados mostram que o consumo moderado de álcool representa um problema de saúde pública e deve receber a atenção necessária.
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