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Suplementação de zinco na cirurgia bariátrica é insuficiente

Estudo publicado na revista científica The American Journal of Clinical Nutrition mostrou que os níveis de zinco estão diminuídos após bypass gástrico em Y de Roux (BPGYR), apesar dos pacientes receberem a suplementação em quantidade dobrada da recomendação para indivíduos saudáveis.

Os pesquisadores avaliaram 67 mulheres submetidas à BPGYR com obesidade grave, índice de massa corporal > 40 kg/m2 e idade média de 37 anos. Durante o primeiro mês, todas as participantes do estudo receberam dieta líquida contendo 2,9 mg de zinco e, quando prescrita, a dieta sólida forneceu 6,5 mg de zinco.

Após um mês da cirurgia as pacientes foram distribuídas aleatoriamente em 2 grupos: grupo A, em que receberam suplementação vitamínica-mineral padrão, contendo 7,5 mg/dia de zinco; e grupo B, que receberam suplementação vitamínica-mineral com maiores quantidades dos micronutrientes e contendo 15 mg/dia de zinco.

As pacientes foram avaliadas seis, doze e dezoito meses após a cirurgia. Os autores do estudo verificaram que houve diminuição significativa na concentração plasmática de zinco após BPGYR (p < 0,05). Além disso, houve também diminuição significativa na porcentagem de absorção de zinco, que passou de 32,3% no primeiro mês para 13,6% em seis meses e para 21% em dezoito meses após a cirurgia. Esses resultados não foram modificados pelo aumento da suplementação do zinco e, portanto, não houve diferença entre os grupos A e B.

Os pesquisadores acreditavam que a dose de 15 mg/dia seria suficiente para reverter a drástica diminuição das concentrações de zinco. “Apesar de termos dobrado a quantidade, essas diferenças no nível de suplementação não foram acompanhadas por alterações nos índices dos níveis sanguíneos de zinco. Assim, os dados sugerem que a suplementação de zinco deve ser aumentada provavelmente na faixa de 40 a 60 mg/dia”, destacam os autores.

“Constatamos que a deficiência de zinco ocorre em muitos pacientes após BPGYR. De acordo com nossos dados, a suplementação realizada rotineiramente não seria suficiente para prevenir a deficiência de zinco. Isso ocorre porque a capacidade de absorção de zinco é muito reduzida seis meses após a intervenção cirúrgica, e este comprometimento persistem pelo menos até dezoito meses”, concluem.

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