Ícone do site Nutritotal PRO

Suplementos são usados para reduzir colesterol

Pesquisa feita nos Estados Unidos verificou que indivíduos que tinham hipercolesterolemia diagnosticada faziam uso de vitaminas e suplementos nutricionais na tentativa de verem reduzidos o LDL (low-density lipropotein ou lipoproteína de baixa densidade) e o colesterol total. No entanto, apesar de bastante usados naquele país, os suplementos nutricionais raramente são recomendados pelos médicos com essa finalidade.

O trabalho foi uma segunda análise feita a partir do NHANES III (National Health and Nutrition Examination Survey III), que envolvia 13.990 indivíduos, um estudo de corte transversal realizado de 1988 a 1994. A análise restringiu-se a adultos acima de 17 anos de idade que estivessem tomando pelo menos um destes seis suplementos: fibras, alho, niacina (vitamina B3), aveia, Psyllium(psílio) e levedura. Dessa forma, formaram-se três grupos: 1) indivíduos diagnosticados com hipercolesterolemia (21,1% da amostra), 2) indivíduos saudáveis tentando prevenir a doença (52,8%) e 3) indivíduos saudáveis que não estavam preocupados com a prevenção (26,1%).

No estudo do NHANES III, observou-se que aproximadamente 40% dos norte-americanos usavam pelo menos uma vitamina ou suplemento nutricional. “Sabemos, a partir de pesquisas anteriores, que o uso de vitaminas é bastante comum: mas não sabemos por que as pessoas tomam esses produtos. Devido aos possíveis efeitos benéficos dessa suplementação na hipercolesterolemia, achamos importante saber se a redução nos níveis de colesterol poderia ser um dos motivos”, relatam os pesquisadores. Uma das explicações teóricas para o possível efeito protetor desses produtos é que as vitaminas podem reduzir os níveis de homocisteína plasmática (aminoácido possivelmente responsável pelo dano arterial). Outra explicação possível seria por si só o efeito protetor de suplementações contra qualquer doença, largamente demonstrado na literatura, especialmente a prevenção de defeitos congênitos e da doença arterial coronariana.

Observou-se, neste novo estudo, que, entre os indivíduos do grupo 1 (hipercolesterolêmicos), 3,6 % estavam tomando pelo menos um dos seis suplementos. Entre os do grupo 2 (saudáveis, buscando prevenção), 1,2% estavam usando os produtos e, no grupo 3 (saudáveis), uma porcentagem bem menor: 0,7%. Pessoas com história de hipercolesterolemia tinham, portanto, maior tendência ao uso dos suplementos (odds ratio = 2,10). As pessoas acima de 50 anos e, especialmente, as acima de 64, tinham maior tendência a usar vitaminas e suplementos para tratar os altos níveis de colesterol que as outras. O mesmo ocorria com indivíduos de maior poder aquisitivo.

Os autores verificaram que, apesar de seu possível efeito redutor de LDL e do colesterol total, a suplementação era pouco usada com esse objetivo entre a população avaliada. “Futuras pesquisas deveriam verificar se o uso com essa finalidade é eficaz e se seria uma alternativa mais barata aos fármacos redutores de colesterol”, discutem os pesquisadores.

Sair da versão mobile