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Uso de estatina reduz disbiose intestinal

microbiota intestinal

microbiota intestinal

Recentes análises de microbiota identificaram o enterótipo Bacteroides 2 (Bact2), uma característica da microbiota intestinal que está associada com inflamação sistêmica e tem uma alta prevalência em humanos que apresentam fezes amolecidas. A Bact2 é caracterizada por uma alta proporção de Bacteroides e uma baixa proporção de Faecalibacterium. Mudanças na consistência das fezes e no status inflamatório durante a progressão da obesidade e de comorbidades metabólicas levou os autores a avaliarem se existe uma correlação destes com uma disbiose do enterotipo Bact2. Foram coletadas amostras fecais para análise metagenômica e amostras de sangue para as análises bioquímicas, além de mensurarem peso, altura e realizarem avaliação da composição corporal.

O estudo contou com 888 participantes. Dentre os participantes que utilizavam estatinas, o medicamento mais frequente era a sinvastatina (48%). O IMC se correlacionou com a consistência das fezes, sendo que valores mais altos de IMC se associaram a fezes mais amolecidas, e com marcadores inflamatórios dos indivíduos, como PCR. O IMC, a % de gordura corporal e os triglicérides se associaram a variação quantitativa no microbioma, sendo redução de Akkermansia (associada a saúde metabólica), aumento de Acidaminococcus spp (relacionado a massa corporal) e correlação negativa com abundancia de Faecalibacterium (possuem propriedades anti-inflamatórias). Os autores identificaram a terapia com estatinas uma covariável chave da diversificação do microbioma. Em participantes que não utilizavam estatinas, a prevalência de Bact2 correlacionou-se com o índice de massa corporal, aumentando de 3,90% em pessoas magras ou com sobrepeso para 17,73% em participantes obesos. Níveis de inflamação sistêmica em indivíduos enterotipados com Bact2 são maiores do que o previsto para indivíduos obesos. A disbiose da microbiota associada à obesidade esteve negativamente associada ao uso de estatina, resultando em uma redução de 5,88% na prevalência de Bact2 em participantes obesos medicados com estatinas.

Dessa maneira, os autores observaram que a terapia com estatinas está ligada a uma prevalência reduzida de uma comunidade microbiana pró-inflamatória em indivíduos obesos. Assim, esses resultados sugerem a estatinas como um possível alvo para o desenvolvimento de futuras estratégias baseadas em medicamentos para a modulação da microbiota intestinal, porém, mais estudos ainda são necessários.

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