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Bactérias podem prevenir alergia ao leite de vaca

alergia ao leite de vaca
alergia ao leite de vaca

Alergia ao leite de vaca exige tratamento | Imagem: Shutterstock

Um copo de leite de vaca pode causar sérios problemas de saúde para quem sofre com alergia. Contudo, a solução para esse problema pode estar mais perto do que se imagina. Um estudo divulgado pela Universidade de Chicago, nos EUA, descobriu que a boa colonização da microbiota intestinal, ou seja, conjunto das colônias de bactérias que vive no intestino, pode ajudar a prevenir o desenvolvimento de alergia ao leite de vaca.

A pesquisa apontou que micro-organimos intestinais de doadores humanos saudáveis ​transplantados para ratos de laboratório alérgicos ao leite eram capazes de proteger os animais das reações provocadas pela bebida. Esse resultado pode ajudar a desenvolver terapias baseadas no microbioma para prevenir ou tratar as alergias alimentares.

Segundo a nutricionista Glauce Hiromi Yonamine, a alergia à proteína do leite de vaca (APLV) afeta o sistema imunológico, que reage de uma forma exagerada e anormal sempre que o organismo entra em contato com a proteína desse tipo de leite.

“Os sintomas da reação alérgica ao leite de vaca podem variar de leves (manchas e placas na pele, coceira, inchaço) a graves (dificuldade para respirar, chiado, perda de consciência). Dependendo da gravidade, pode ser até mesmo potencialmente fatal” Glauce Hiromi Yonamine, nutricionista

Intolerância ou alergia ao leite de vaca?

A APLV e a intolerância à lactose são coisas diferentes. Glauce afirma que a alergia alimentar envolve o sistema imunológico, e a intolerância alimentar, o sistema digestivo. “Na alergia, pequeníssimas quantidades do alimento já são capazes de causar reações. Na intolerância alimentar, é necessário reduzir a quantidade consumida, mas geralmente quem tem intolerância consegue comer pequenas quantidades do alimento sem problemas”, ressalta.

Ela ainda conta que, na intolerância à lactose, ocorre um problema digestivo de falta da enzima lactase. Essa enzima tem a função de quebrar a lactose, um açúcar (carboidrato) encontrado no leite e seus derivados. Portanto, as pessoas com intolerância à lactose têm dificuldade de digerir alimentos contendo esse carboidrato. Com isso, ocorrem sintomas intestinais como gases, dor de barriga, inchaço (distensão abdominal) e diarreia. E embora a intolerância à lactose possa causar grande desconforto, a nutricionista explica que ela não envolve risco de vida.

“Tanto para a alergia quanto para a intolerância, a história clínica bem detalhada é fundamental. Para o diagnóstico correto, é importante consultar um médico com experiência em alergias e intolerâncias. Ele avaliará diversos aspectos como história familiar de doenças alérgicas, tipo de alimento consumido, quantidade, tipos de manifestações (de pele, respiratória, gastrintestinal), tempo entre a ingestão do alimento e aparecimento dos sintomas e a reprodutibilidade dos sintomas”, destaca.

Tratamento com médicos

Na alergia alimentar, quando houver dúvidas do diagnóstico pela história clínica e exames, é possível fazer uma dieta de restrição por um período, com posterior reintrodução do alimento (o chamado teste de provocação oral) sob a supervisão médica. Esse é considerado o melhor caminho para o diagnóstico. Por exemplo, caso a pessoa tenha alergia ao leite de vaca, os sintomas desaparecerão no período de restrição da bebida e retornarão com a reintrodução do alimento, e o diagnóstico será confirmado.

“Na alergia alimentar, o tratamento envolve dieta de restrição total do alimento e todas as preparações que contêm aquele ingrediente específico. Já na intolerância alimentar, a dieta é bastante individualizada. Cada pessoa descobre o quanto consegue comer e não apresentar sintomas”, conclui Glauce.

 

Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o nutricionista de sua confiança.

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