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Como escolher um bom colágeno?

Mulher sentada na cama passando creme nos braços. Crédito: prostooleh/Freepik
Beatriz de Azevedo Muner Ferreira

Beatriz de Azevedo Muner Ferreira* é nutricionista

O colágeno é a proteína mais abundante do corpo. É encontrada principalmente em tecidos fibrosos, como tendões e ligamentos, e é também abundante na córnea, cartilagem, ossos, vasos sanguíneos, intestino e discos intervertebrais.

Alimentos como pele de frango, pele de porco, carne e peixe são fontes de colágeno. Além disso, alimentos que contêm gelatina, como caldo de osso, também fornecem a proteína, pois ela é uma substância derivada do colágeno depois de cozida.

Ainda não existem estudos em humanos verificando se os alimentos ricos em colágeno têm os mesmos benefícios que os suplementos, mas pelo fato de terem maior peso molecular, é possível que tenham efeitos inferiores.

Por dentro da proteína

O que torna os peptídeos do colágeno superiores às proteínas como as do leite, carne, frango, peixe e vegetais é o alto nível de glicina, prolina e principalmente hidroxiprolina, a principal “matéria-prima” para síntese desse elemento.

Apesar de haver vários estudos publicados indicando os efeitos do colágeno hidrolisado, principalmente a pele, a prescrição ainda gera muita controvérsia. A grande contestação é que o colágeno consumido “não chega” pronto na pele porque a bioquímica é muito clara quando elucida que toda proteína consumida é degradada a aminoácido no intestino e ressintetizada dentro do corpo em outras proteínas. E é verdade, o colágeno consumido não chega dessa forma na pele.

Vários experimentos mostraram que os peptídeos de colágeno podem ser eficientemente absorvidos e distribuídos principalmente para a derme, a camada mais profunda da pele. O principal peptídeo com efeito na pele é Pro-Hyp (Prolina ligada com Hidroxiprolina).

Para que haja uma síntese adequada de colágeno, é necessária a presença de vitamina C, a ingestão adequada de proteínas, ferro e silício, o qual tem papel essencial na formação estrutural da derme.

Quem pode consumi-lo?

O colágeno é indicado a partir dos 30 anos, por um tempo mínimo de quatro semanas. Opte por produtos que contenham os nutrientes que são cofatores: principalmente vitamina C e silício. Devido à ação do hormônio GH e à baixa do cortisol, o melhor horário para a administração do colágeno é no período noturno.

 

Essas informações não substituem o aconselhamento adequado de um médico e/ou nutricionista. Procure sempre a ajuda de um profissional especializado.

 

*Beatriz de Azevedo Muner Ferreira (CRN 3: 37884) é nutricionista graduada pelo Centro Universitário São Camilo (2012). Possui aprimoramento em transtornos alimentares pelo Ambulim, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (2013), e em Nutrição Clínica no Hospital Geral de Carapicuíba nas áreas de hemodiálise, pediatria e neonatologia (2014). É pós-graduada em Nutrição Clínica pelo Centro Universitário São Camilo (2015) e possui especialização em Nutrição Clínica em Pediatria pelo Instituto da Criança – HCFMUSP (2016) e Nutrição Esportiva pelo CEFIT (2019). Atualmente, é mestranda no Laboratório de Nutrição e Cirurgia Metabólica do Aparelho Digestivo (LIM 35 – Metanutri) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e sócia da Clínica Trevitta Saúde. Instagram: @bia.maternutri

Referências bibliográficas:

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