Por definição, conceituamos o termo “gula” como o vício de comer ou beber em demasia. Quando pensamos nesta palavra, logo lembramos também que a gula é considerada um dos sete pecados capitais, marcada pelo desejo insaciável não só de comes e bebes, mas também pelo egoísmo humano.
Durante as festas de final de ano, exagerar nas comemorações e se deliciar entre os tantos pratos típicos do Natal e Réveillon é um fato comum entre muitos. Entretanto, quando se torna rotina e vai além de ocasiões ou momentos específicos, o comer em excesso pode vir a ser preocupante.
Um grande exemplo seria o desenvolvimento de compulsão alimentar, considerada um distúrbio que faz o indivíduo consumir grandes quantidades de alimento, mesmo sem apresentar qualquer sinal de fome. Muitas vezes, o comer compulsivo também está relacionado a distúrbios como a ansiedade e a depressão.
Ainda que estejamos vivendo um momento atípico, um dos desdobramentos importantes da pandemia foi sua interferência na alimentação. A ansiedade e o maior tempo em casa têm feito com que muitas pessoas desenvolvam hábitos preocupantes de ingestão alimentar, na maioria das vezes, relacionado ao comer compulsivo que comentamos acima.
Antes de considerarmos um comportamento como uma simples “gula”, é preciso um olhar atento a nossa nova relação com o alimento, sem banalizar hábitos adquiridos que talvez apontem para um problema mais profundo. Na atualidade, inexistem respostas em medicina nuclear ou marcadores laboratoriais para comportamentos ou alterações de metabolismo celular relacionados à gula.
A alimentação é mais do que fornecer nutrientes para o nosso corpo. É compartilhar experiências, trocar afeto e aconchego.
O tratamento da gula pede apoio de terapia comportamental, utilização regular de antidepressivos e mudanças de hábitos e estilo de vida.