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Mindful eating: a relação humana com a comida

Fernanda Timerman

Fernanda Timerman* é nutricionista e idealizadora do Instituto Nutrição Comportamental

Comer com atenção plena, ou mindful eating, vem despertando interesse e, ao mesmo tempo, uma certa confusão. É importante começar a nossa conversa deixando claro que esta não é mais uma nova forma de emagrecer ou apenas uma maneira de fazer escolhas mais “assertivas” na sua alimentação, mas, sim, uma oportunidade de melhorar a nossa relação com a comida, nos reconectando com um lado mais primitivo para entender e atender nosso conhecimento interno que sinaliza o que, quanto e quando comer.

O mindful eating descende do mindfulness (atenção plena), um conjunto de técnicas meditativas com objetivo de trazer seu foco de atenção – de forma não julgadora – para o momento presente, normalmente usando a respiração como uma âncora. A partir dessas práticas, conseguimos estar mais presentes no ato de comer e atentos aos aspectos sensoriais da comida, como sabores, texturas, aromas, aspecto e sons. Também permite que fiquemos mais entregues aos sinais que o corpo nos dá em caso de fome, apetite e saciedade, seja por meio da barriga roncando, a cabeça doendo após a ingestão de algum alimento, ou quando algo não cai bem e o abdome fica inchado, a barriga dói, ou acontece o chamado refluxo.

Um dos grandes benefícios do mindful eating é melhorar esse diálogo interno, buscando atender esses sinais que foram se perdendo ao longo do tempo com a prática de dietas e reaprender a respeitá-los, fazendo com que a pessoa entenda e identifique sozinha os momentos em que precisa se alimentar e as quantidades necessárias para estar saciado.

Como consequência, essa estratégia melhora não só a relação com a comida, mas também os níveis de estresse e ansiedade, parâmetros clínicos como glicemia e pressão alta e também ajuda no tratamento de compulsão alimentar e situações de comer emocional, resultando até em diminuição do índice de massa corpórea (IMC) como possível consequência em alguns casos.

Além disso, a prática constante do mindful eating acaba fazendo com que a pessoa desenvolva uma maior consciência sobre a origem e qualidade dos alimentos e o ambiente em que as refeições são feitas, e resgate o hábito de cozinhar, que é um processo que alimenta nossa fome visual, olfativa, emocional e social.

E você também pode experimentar a prática do mindful eating! Quer saber como? Veja algumas dicas para começar:

 

*Fernanda Timerman (CRN 18985): nutricionista graduada pelo Centro Universitário São Camilo. Master of Education by research pela Faculdade de Educação e Ciências Sociais da Universidade de Sidnei – Austrália, revalidada para mestrado pela FSP-USP. Aprimorada em transtornos alimentares pelo Curso Avançado do AMBULIM (IPq-HCFMUSP) e em mindfulness e compaixão na saúde pelo Instituto Sedes Sapientiae. Instrutora qualificada em Mindfulness-Based Eating Awareness Training -MB-EAT e Coaching de Saúde e Bem-estar pela Carevolution e Wellcoaches. Coordenadora do GENTA e idealizadora do Instituto Nutrição Comportamental.

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