Caramelo IV. Carboximetilcelulose. Esses e outros nomes estranhos podem fazer parte de alimentos que você consome diariamente, mesmo que não saiba do que se trata. Nos produtos industrializados estão diversos componentes que podem afetar sua saúde, e é por isso que aprender como ler rótulos de alimentos é importante.
Segundo uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), apenas 1 em cada 4 brasileiros (25,1% da população) é capaz de entender as informações nutricionais que aparecem nos rótulos. E, como consequência dessa falta de conhecimento sobre o que é ou não saudável, muitos ingerem excessivamente substâncias como sódio, açúcar e gorduras trans.
O perigo é que elas, se consumidas em excesso, podem estar associadas ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como câncer, diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares. Para se ter uma ideia do tamanho do problema, a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2015, divulgou que 51,6% do total de óbitos na população de 30 a 69 anos no Brasil foram causadas por DCNT.
Dica de ouro: a lista de ingredientes de todo alimento industrializado deve estar em ordem decrescente, isto é, o primeiro ingrediente é aquele que está em maior quantidade no produto e o último, em menor quantidade
Com o intuito de evitar possíveis erros de interpretação na leitura dos rótulos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) lançou uma cartilha para ajudar o consumidor a investigar o que de fato está consumindo ao escolher um produto no mercado. Veja a seguir como ler rótulos de alimentos e alguns dos principais itens a serem levados em conta.
Conteúdo
Entendendo os rótulos de alimentos
Confira o que cada ingrediente dos produtos quer dizer para fazer escolhas conscientes na hora das compras
Gorduras totais
As gorduras são as principais fontes de energia do corpo e ajudam na absorção das vitaminas A, D, E e K. As gorduras totais referem-se à soma de todos os tipos de gordura encontrados em um alimento.
Gorduras saturadas
Estão presentes em alimentos de origem animal, como carnes, queijos, leite integral, manteiga, requeijão e iogurte. Seu consumo deve ser moderado porque, em altas quantidades, pode aumentar o risco de desenvolvimento de doenças do coração.
Gorduras trans
São encontrados em grandes quantidades em alimentos industrializados como margarinas, biscoitos, sorvetes, salgadinhos, produtos de panificação, alimentos fritos e lanches que utilizam as gorduras vegetais hidrogenadas na sua preparação.
O consumo desse tipo de gordura deve ser muito reduzido, considerando que o nosso organismo não necessita dele e, se consumido em grandes quantidades, pode aumentar o risco de desenvolvimento de doenças do coração. Segundo a Anvisa, não se deve consumir mais de 2 gramas por dia. O nome trans é devido ao tipo de ligações químicas que a substância apresenta.
Fibra alimentar
Faz parte de vários tipos de alimentos de origem vegetal, como frutas, hortaliças, feijões e alimentos integrais. A ingestão de fibras pode auxiliar no funcionamento saudável do intestino e trazer diversos benefícios à saúde.
Sódio
Está presente no sal de cozinha e alimentos industrializados (salgadinhos de pacote, molhos prontos, embutidos, produtos enlatados com salmoura), devendo ser consumido com moderação uma vez que o seu consumo excessivo pode levar ao aumento da pressão arterial.
Carboidratos
Sua principal função é fornecer energia para as células do corpo, principalmente do cérebro. Podem ser achados em maior quantidade em massas, arroz, açúcar, mel, farinhas, tubérculos (como batata, mandioca e inhame) e doces em geral. Devem ser consumidos com moderação, pois após a digestão são transformados em glicose/açúcar, e o consumo excessivo pode aumentar o risco de doenças como diabetes e obesidade.
Proteínas
São componentes dos alimentos necessários para construção e manutenção dos nossos órgãos, tecidos e células. Podemos encontrar em carnes, ovos, leites e derivados, oleaginosas (castanhas e nozes) e leguminosas (feijões, soja e ervilha).
Valor energético
Ao aprender como ler os rótulos de alimentos, é importante, além dos ingredientes, saber reconhecer o valor energético do produto. Trata-se da energia produzida pelo nosso corpo a partir da ingestão dos carboidratos, proteínas e gorduras totais.
No rótulo o valor energético é expresso em forma de quilocalorias (kcal) e quilojoules (kJ). E cada um deles terá um número diferente, porque quilojoules (kJ) é outra forma de medir o valor energético dos alimentos, sendo que 1 kcal equivale a 4,2 kJ.
Considerando uma dieta de 2000 Kcal/dia, o %VD representa quanto o consumo daquela porção do alimento representa do total ideal a ser consumido por dia. Por exemplo, se em uma porção de pão de forma (1 fatia) temos 6% de carboidrato de %VD isso significa que, com essa ingestão, você estará consumindo 6% da quantidade total indicada de consumo de carboidratos no dia.
Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o nutricionista de sua confiança.