A discussão entre as gerações rendeu e até a prática do café da manhã foi associada pela geração Z (nascidos entre 1996 e 2010) a um hábito cringe (vergonhoso, em português) praticado pelos millennials (nascidos entre 1981 e 1995). O café da manhã é a refeição rotulada como a mais importante do dia e é defendida por diversos estudos como capaz de melhorar a função cognitiva e contribuir para a aprendizagem e o desempenho acadêmico em crianças e adolescentes.
Um estudo buscou verificar a qualidade e frequência dessa refeição entre crianças polonesas de 7 a 10 anos, através de uma adaptação do diário “Sete dias pela minha saúde” do autor Domenico Tiso. As crianças participantes foram selecionadas a partir de 223 escolas e o diário utilizado foi traduzido e adaptado para que elas pudessem colorir, circular ou desenhar o alimento que consumiram em cada refeição.
Os pais ou responsáveis preenchiam dados demográficos, como o sexo e data de nascimento da criança, na capa do diário e deviam supervisionar a atividade durante 7 dias consecutivos, logo após cada refeição. Na parte do café da manhã, o diário continha imagens de bebidas e alimentos. As bebidas eram água, chá, leite, chocolate, suco de caixinha ou garrafa, suco fresco e bebida doce, enquanto os alimentos incluíam sanduíche (com queijo, queijo cottage, presunto ou salsicha, geleia, chocolate ou outros), cereais, pão doce, iogurte, ovos, frutas e legumes. Além dos alimentos e/ou bebidas que as crianças optaram por desenhar.
Após a análise dos diários, 200 no total, os pesquisadores perceberam que o padrão alimentar mais prevalente no café da manhã era sanduíche, consumido por 47% das crianças. E 14% delas, geralmente, consumiam cereais prontos para comer e leite ou mingau, sendo que cerca de 37,5 % das refeições continham uma porção de frutas ou hortaliças.
Mas café da manhã é cringe? Embora outros estudos mostrem uma tendência dos adolescentes poloneses de não tomarem café da manhã, o estudo apontou que 77,5 % das crianças dessa pesquisa realizavam essa refeição, mas destacou que a regularidade da refeição, bem como a qualidade do que é consumido precisam ser incentivados à melhora.
Referências
ARRUDAS, Mariana. O que é cringe?. Folha de São Paulo
Kawalec A, Pawlas K. Breakfast Frequency and Composition in a Group of Polish Children Aged 7–10 Years. Nutrients. 2021; 13(7):2241. https://doi.org/10.3390/nu13072241
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