Estudo de coorte prospectivo observacional avaliou a associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e o risco de mortalidade por todas as causas.
Para isso, 44.551 adultos (≥45 anos) franceses foram acompanhados durante 7,1 anos e preencheram, pelo menos, 3 a 10 recordatórios alimentares de 24h não consecutivos durante os 2 primeiros anos de acompanhamento. No início do estudo foram colhidas informações sobre questões sócio demográficas, estilo de vida, prática de atividade física, peso, altura e dados antropométricos.
Alimentos ultraprocessados representaram uma média de 29,1% do total de energia ingerida. O maior consumo desses alimentos foi associado a adultos jovens (45-64 anos), com menor rendimento financeiro, menor nível de escolaridade, pessoas que vivendo sozinhas, maior IMC, e menor nível de atividade física. Após ajustes de fatores de confusão, foi verificado que aumento no consumo de alimentos ultraprocessados foi positivamente associado com mortalidade por todas as causas (P = 0,008), sendo que o aumento de 10% no consumo de alimentos ultraprocessados foi associado a maior risco de mortalidade em 14%.
Os autores concluíram que consumo de alimentos ultraprocessados parece estar associado ao risco de mortalidade global maior adulta. Estudos prospectivos são necessários para confirmar os achados e discutir os mecanismos pelos quais esses alimentos podem afetar a saúde.
Nutricionista. Especialista em Nutrição Enteral e Parenteral pela BRASPEN. Especialização em Fitoterapia pela Ganep. Especialização em Nutrição Clínica pelo Centro Universitário São Camilo. Coordenadora de projetos e inovação do Ganep Educação e Nutritotal