Estudo conduzido por Segovia-Siapco e colaboradores avaliou se a ingestão de proteínas (animal, vegetal e total), aminoácidos de cadeia ramificada (AACR) e aminoácidos sulfurados (AAS) está associada com obesidade geral e central e com a composição corporal de adolescentes saudáveis. Foi realizado um estudo transversal, com 601 estudantes entre 12-18 anos que responderam a um questionário sobre alimentação, atividade física, hábitos de vida e dados demográficos. Também foram avaliados dados antropométricos, como peso, altura, circunferência da cintura e do quadril e composição corporal por bioimpedância.
Foram incluídos nas análises 530 participantes, sendo 56% mulheres e com idade média de 15 anos. Destes, 26% eram vegetarianos; a maioria apresentou IMC dentro da faixa de normalidade (PN), sendo que 22% foram classificados com sobrepeso/obesos (SO). Em torno de 20% apresentaram obesidade abdominal, sendo a maioria meninas. As meninas apresentaram mais gordura corporal e menos massa muscular que os meninos, como esperado. Os adolescentes com SO, tanto corporal quanto central, apresentaram uma maior ingestão de gorduras e menor ingestão de carboidratos, menos tempo gasto em atividade física vigorosa e mais massa gorda e massa muscular que os colegas com PN. A média de ingestão proteica foi de 16% do VET, sendo 45% animal e 55% vegetal, e os meninos ingeriram uma porcentagem maior de proteínas que as meninas, bem como os SO ingeriram mais que os PN. A ingestão de AACR e AAS foi menor no grupo PN e estes, assim como os de razão CQ normal, também ingeriram mais proteínas de fonte vegetal que os SO. A proporção de AAS na ingestão total de proteínas também foi menor no grupo RCQ normal. Os adolescentes SO consumiam mais carne vermelha e frango e menos soja e leguminosas em comparação ao PN. Uma maior ingestão de proteína total, proteína animal, AACR e AAS foram associados significativamente com maiores IMC e gordura corporal, além de uma associação positiva entre ingestão de proteína animal e AAS com RCQ.
Dessa maneira, os autores concluíram que maior ingestão de proteínas totais, animal, AACR e AAS se associou a maior adiposidade geral e massa gorda em adolescentes saudáveis. Além disso, houve uma associação positiva entre ingestão de proteína animal e AAS com obesidade abdominal. Adolescentes com maiores IMC apresentaram uma maior ingestão de proteína total e animal e menor ingestão de vegetais, com exceção dos grãos. A ingestão de AACR e AAS também foi ligeiramente maior em sobrepesos/obesos.