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Hábitos alimentares e composição da microbiota determinam risco de DM2 independente da presença de excesso de peso

Estudo analisou o impacto de hábitos alimentares no risco de DM2 e sua relação com a microbiota intestinal de idosos pré-diabéticos obesos e não obesos. Para isso, foi realizado um estudo transversal com 182 indivíduos ≥ 65 anos com pré-diabetes (glicemia de jejum entre 100 e 125 mg/dL) sem consumo de medicamentos anti-diabéticos e antibióticos e sem orientação nutricional prévia. Foram realizadas medidas antropométricas (peso, altura, circunferência da cintura e do quadril), composição corporal por DXA, aferição de pressão sanguínea, coleta de amostras de sangue, coleta de informações sobre hábitos de vida (atividade física e recordatório alimentar de três dias) e coleta de amostra de fezes para avaliação da microbiota.

A idade média dos participantes foi de 71,5 anos e 45,6% deles apresentavam IMC ≥ 30kg/m², sendo divididos em obesos (OB) e não obesos (NOB), uma vez que se trata do principal fator de risco para DM2 (p<0,001 pela ferramenta FINDRISK). Apesar de todas as medidas antropométricas serem maiores em indivíduos obesos que nos não obesos, a massa muscular apresentou-se menor no grupo OB.

O grupo OB também apresentou maiores valores de glicose, Hb glicada, insulina e índice de HOMA, maior percentual de sedentarismo, e menor gasto energético calculado. A ingestão calórica foi semelhante entre os grupos, porém com pior qualidade de micronutrientes no grupo OB.

De acordo com a diferença de nutrientes ingeridos, os participantes foram divididos em seis grupos, onde os nutrientes que diferiram foram colesterol, ácidos graxos monossaturados, ácidos graxos poli-insaturados, ácido linoleico, proteínas, antioxidantes e minerais.

A abundância de Prevotella foi 3 vezes maior no grupo NOB que no grupo OB. Quando avaliados por grupos de nutrientes, participantes do grupo NOB que ingeriram maiores quantidades de aminoácidos e MUFA apresentaram maiores quantidades de Prevotella e uma tendência a maiores quantidades  de Faecalibacterium prausnitzii. Enquanto isso, participantes do grupo OB que ingeriram quantidades menores de PUFA, vitamina B, minerais, antioxidantes e purinas apresentaram maiores quantidades de bactérias ácido-láticas (p=0.053) e F. prausnitzii (P=0.042). Os subgrupos OB-5 e NOB-3, que tiveram um padrão alimentar semelhante, apresentaram maior risco de desenvolver DM2 que os demais subgrupos (p=0,003). O risco de DM2 foi maior no grupo OB para aqueles que seguiam padrões dietéticos não saudáveis.

Dessa maneira, os autores concluíram que o controle de inibidores e promotores de crescimento da microbiota intestinal relacionados à alimentação e adoção de padrão alimentar saudável fornecem proteção contra o desenvolvimento de DM2 em uma população obesa com idade avançada e pré DM.

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