Em adultos, a perda da massa muscular esquelética está relacionada ao sedentarismo, a alterações hormonais e a doenças crônicas. Suas consequências incluem um maior risco de quedas, fraturas, incapacidades, e até mesmo mortalidade.
Uma pesquisa recente chamou atenção para o aumento da homocisteína plasmática como um possível marcardor desta condição. Vamos entender melhor essa associação?
Investigando a associação entre homocisteína e massa muscular
O objetivo da pesquisa foi investigar a associação de hiper-homocisteinemia com baixa massa muscular esquelética em adultos sem doenças cardiovasculares.
Para isso, entre 2012 a 2018, foi realizado um estudo transversal com 114.583 adultos coreanos assintomáticos, submetidos a medições de homocisteína plasmática e análise de composição corporal.
A hiper-homocisteinemia foi definida como níveis de homocisteína no sangue iguais ou superiores a 15 μmol/L. Já em relação à massa muscular esquelética, os participantes foram classificados em três grupos: “normal”, “levemente baixo” e “severamente baixo”.
Além disso, os indivíduos foram estratificados conforme as seguintes variáveis: idade, sexo, tabagismo, ingestão de álcool, atividade física e hemoglobina glicada (HbA1c).
Hiper-homocisteinemia e sua relação com a saúde
A homocisteína é um aminoácido sanguíneo que, devido a defeitos genéticos ou nutricionais, pode ter seu metabolismo alterado, relacionando-se a ocorrência de doenças. Nesse estado, a síntese de homocisteína é maior que sua eliminação, provocando a disfunção endotelial de células musculares lisas.
No estudo, a prevalência de hiper-homocisteinemia foi maior em indivíduos com massa muscular severamente baixa (12,9%), seguido por aqueles com massa muscular levemente baixa (9,8%) e aqueles com massa muscular normal (8,5%).
Além disso, a associação da homocisteína elevada com a massa muscular reduzida foi maior nos seguintes subgrupos:
- Idosos (≥60 anos)
- Sexo feminino
- Fumantes e com alta ingestão de álcool
- Baixo nível de atividade física
- HbA1c aumentada
A associação foi comprovada
A partir dos resultados demonstrados, os autores concluíram que, de fato, o aumento do nível plasmático de homocisteína pode servir como fator de predisposição ao declínio da massa muscular.
Portanto, o risco de baixa massa muscular, como na condição de sarcopenia, pode ser reduzido através da redução da homocisteína. Neste contexto, mais estudos são necessários para avaliar os benefícios terapêuticos desta redução.
Referência:
CHOI, Jae-Hyeong et al. Association between Elevated Plasma Homocysteine and Low Skeletal Muscle Mass in Asymptomatic Adults. Journal of Korean Endocrine Society, 2022.
Nutricionista pelo Centro Universitário São Camilo. Mestranda pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – FMUSP. Especialização em Obesidade, Emagrecimento e Saúde pela Unifesp. Tutora de cursos EAD do Ganep Educação. Coordenadora do Nutritotal.