Massa muscular como preditora de mortalidade em idosos

Postado em 8 de julho de 2019 | Autor: Marcella Gava

Baixa massa magra pode aumentar em 11 vezes a mortalidade global nessa população

Estudo conduzido por Santana avaliou a associação entre composição corporal por DXA e mortalidade em idosos. Para isso, foram selecionados 1025 idosos (>65 anos) que responderam a um questionário de estilo de vida, realizaram testes laboratoriais, avaliação de composição corporal por DXA (massa gorda, tecido adiposo visceral e massa magra apendicular) e radiografia espinhal.

Durante o seguimento de quatro anos, 132 (15,7%) dos indivíduos faleceram entre os 839 indivíduos que puderam ser contactados. Destes óbitos, 43,2% foi relacionado à doenças cardiovasculares. A análise univariada para todas as causas de mortalidade na população masculina mostrou que os pacientes que vieram a óbito eram mais velhos, apresentavam maior inatividade física e mais diabetes, tiveram mais quedas, mais eventos cardiovasculares, apresentavam maior consumo de álcool, maiores níveis plasmáticos de fósforo e menores de cálcio, albumina e 25OHD, maior prevalência de baixa massa muscular, menores valores de gordura total e maiores valores de gordura visceral. Após regressão multivariada com ajuste nas variáveis alteradas, tanto a baixa massa muscular quanto a gordura visceral aumentaram independentemente a mortalidade global e cardiovascular, enquanto a gordura total reduziu independentemente a mortalidade. A baixa massa muscular aumentou 11 vezes (OR 11.36, p=0.004) e a gordura visceral duas vezes (OR 1.99, p<0.001) a mortalidade global, enquanto a mortalidade cardiovascular foi aumentada 14 vezes (OR 14.84, p<0.001) pela baixa massa muscular e 1,5 vezes pela gordura visceral (OR 1.66, p<0.001). Enquanto isso, a gordura total reduziu pela metade a mortalidade (OR 0.48, p<0.001 mortalidade global e OR 0.57, p <0.001 mortalidade cardiovascular). Em mulheres, após ajuste de variáveis pela análise multivariada, somente a presença de baixa massa muscular se associou significativamente a mortalidade global e cardiovascular (OR 62.88, p<0.001 e OR 74.54, p <0.001, respectivamente).

Com isso, os autores demonstraram o papel da composição corporal avaliado por DXA na avaliação do risco de mortalidade na população idosa. O estudo sugere que baixa massa muscular é um fator de risco independente para o aumento da mortalidade em homens e mulheres idosas.

de Santana FM et al. Association of Appendicular Lean Mass, and Subcutaneous and Visceral Adipose Tissue With Mortality in Older Brazilians: The São Paulo Ageing & Health Study. J Bone Miner Res. 2019 Mar 13.

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