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Alimentação escolar: como adaptar o Guia Alimentar para a População Brasileira

alimentação escolar

Fonte: Canva.com

Boa parte do tempo diário de uma criança é passado na escola, o que faz desse ambiente um local ideal para promover a educação alimentar e nutricional (EAN).  No Brasil, um dos principais recursos para a EAN é o Guia Alimentar para a População Brasileira, reconhecido e aclamado mundialmente desde o seu lançamento em 2014. 

Fonte: Canva.com

Contudo, embora as recomendações do Guia se apliquem a toda a população, sua linguagem é voltada majoritariamente para adultos, o que pode dificultar sua utilidade no ambiente escolar.

Recentemente, diversas sociedades de nutrição se uniram para elaborar o material  “Guia Alimentar e o Ambiente Escolar”. Esse lançamento faz parte do projeto “Segue o Guia”, uma iniciativa colaborativa entre a ASBRAN (Associação Brasileira de Nutrição), a OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde) e a CGAN/MS (Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde). 

A seguir, confira os destaques deste novo material. 

Quais são as orientações do Guia Alimentar para a População Brasileira?

Em primeiro lugar, os autores reiteram as recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira. Uma de suas principais contribuições foi a introdução da classificação NOVA, que categoriza os alimentos de acordo com o seu grau de processamento:

Alimento In Natura: aqueles obtidos diretamente de plantas ou de animais (como folhas e frutos ou ovos e leite) e adquiridos para consumo sem que tenham sofrido qualquer alteração após deixarem a natureza.

Alimentos Minimamente Processados: alimentos in natura que, antes de sua aquisição, foram submetidos a alterações mínimas. Exemplos incluem grãos secos, polidos e empacotados ou moídos na forma de farinhas, raízes e tubérculos lavados, cortes de carne resfriados ou congelados e leite pasteurizado

Alimentos Processados: produtos fabricados essencialmente com a adição de sal ou açúcar a um alimento in natura ou minimamente processado, como legumes em conserva, frutas em calda, queijos e pães. 

Alimentos Ultraprocessados: produtos cuja fabricação envolve diversas etapas e técnicas de processamento e vários ingredientes, muitos deles de uso exclusivamente industrial. 

A regra de ouro do Guia Alimentar é sempre preferir alimentos in natura, minimamente processados e preparações culinárias, ao invés de alimentos ultraprocessados.

Além disso, o Guia também destaca a importância de fortalecer a cultura alimentar, valorizando os alimentos típicos de cada região, respeitando os diferentes contextos alimentares e promovendo uma alimentação que seja saudável, sustentável e que contribua para o fortalecimento da economia local.

Saiba mais em: Novo guia alimentar para a população brasileira

4 Estratégias para uma alimentação escolar saudável

1) Fortalecer o conhecimento dos educadores sobre o Guia Alimentar

Segundo os autores, “é imprescindível reforçar os conhecimentos e a reflexão dos educadores sobre a alimentação, a nutrição, a educação alimentar e nutricional e os processos que permeiam o ato de se alimentar, posto que estes convivem diariamente com os alunos em uma relação simultânea de construção de conhecimento e de troca”.

2) Trabalhar a horta escolar

As hortas escolares representam uma ótima estratégia para colocar em prática as orientações do Guia Alimentar. 

Muitas vezes, as crianças podem rejeitar certos alimentos ou preparações porque não estão acostumadas a eles. Ter esse contato com frutas e verduras pode despertar a curiosidade e o interesse das crianças, o que pode incentivá-las a experimentar e consumir esses alimentos. 

3) Cantinas escolares alinhadas ao Guia Alimentar

No Brasil, não existe uma regulamentação geral sobre o funcionamento das cantinas comerciais nos espaços escolares. Todavia, caso exista cantina comercial, é importante que esta observe os conceitos e diretrizes disponibilizados no Guia Alimentar.

Ademais, orienta-se ampliar as discussões sobre a regulamentação de produtos na escola, sendo que gestores, professores e comunidade escolar desempenham um papel fundamental nesse processo. 

4) Restringir a publicidade de alimentos ultraprocessados

A publicidade de alimentos ultraprocessados dirigida às crianças pode influenciar diretamente suas escolhas alimentares, promovendo hábitos pouco saudáveis desde cedo. 

Dessa forma, restringir esse tipo de publicidade no ambiente escolar é essencial para proteger os alunos da exposição a mensagens que incentivam o consumo de produtos prejudiciais à saúde. 

Além disso, é importante promover campanhas educativas que ajudem as crianças a desenvolver uma compreensão crítica sobre a publicidade infantil, assim como a adoção de hábitos alimentares mais saudáveis e conscientes.

Conclusão

Promover a educação alimentar e nutricional nas escolas é fundamental para o desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis desde a infância. 

O “Guia Alimentar e o Ambiente Escolar” é uma ferramenta valiosa para adaptar as recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira ao contexto escolar, garantindo que educadores, alunos e a comunidade escolar como um todo estejam alinhados na construção de um ambiente que favoreça a saúde e o bem-estar de todos.

Para ler o material completo, clique aqui

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Referência:

Guia Alimentar e o Ambiente Escolar. Associação Brasileira de Nutrição, 2024.

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