A obesidade é um problema em todo o mundo, pois induz a diversas doenças graves que diminuem a qualidade de vida e aumentam a mortalidade. Seu tratamento pode se dar de diversas maneiras, incluindo a cirurgia bariátrica. Mas quando esse procedimento é recomendado? Quais são os tipos? E quais as recomendações nutricionais para pacientes bariátricos?
Essas e outras dúvidas serão sanadas neste artigo. Confira!
A cirurgia bariátrica não é para todos
Em primeiro lugar, deve-se alertar que não são todos os pacientes com excesso de peso que devem passar pela cirurgia.
Na verdade, o tratamento da obesidade é um processo que requer uma abordagem multidisciplinar, e que pode se dar por quatro vias principais, dependendo do grau de obesidade do paciente:
A – Ajustes do estilo de vida: entre outras coisas, incluem aconselhamento nutricional, psíquico e treinamento físico;
B – Farmacoterapia: intervenção medicamentosa de eficácia limitada. Apenas uma pequena parcela de pacientes consegue reduzir seu peso em pelo menos 10%;
C – Cirurgia bariátrica: atualmente, é a opção mais eficaz no tratamento da obesidade, induzindo a uma perda de peso de 15 a 35%, embora tenha um maior risco de complicações e deficiências nutricionais. É indicada para pacientes com obesidade mórbida (IMC >= 40 kg/m²) ou com obesidade grau II (IMC entre 35 a 39,9) que possuam comorbidades.
Quais os tipos de cirurgia bariátricas?
Atualmente, os procedimentos bariátricos realizados no Brasil são os seguintes:
Bypass Gástrico
Também conhecida como “gastroplastia com desvio intestinal em Y de Roux”, o cirurgião faz o grampeamento de parte do estômago, que reduz o espaço para o alimento, e um desvio do intestino inicial, que promove o aumento de hormônios de saciedade. Ao ingerir menos comida e se sentir mais saciada, a pessoa emagrece. Assim, o paciente submetido à cirurgia perde de 70% a 80% do excesso de peso inicial.
Gastrectomia Vertical (Sleeve)
Aqui, o médico cirurgião transforma o estômago em uma espécie de tubo, com uma capacidade muito pequena, de 80 a 100 mililitros (ml). Essa intervenção também provoca uma boa perda de peso, comparável à do by-pass gástrico.
Quais as recomendações nutricionais para pacientes de bariátrica?
Os efeitos adversos da cirurgia bariátrica não são incomuns.
A literatura sugere que os pacientes de cirurgia bariátrica estão em risco de ser deficientes em: vitaminas A, B12, B1, B9 (folato), C, D e K. Tais deficiências vitamínicas (principalmente B9 e B12) os tornam vulneráveis para desenvolvimento de anemia. Por isso, a suplementação no pré e pós-operatória é indicada.
Em relação à progressão da alimentação após a cirurgia, uma dieta líquida deve ser introduzida dentro de 24 horas após o procedimento, com uma transição gradual para uma dieta pastosa ou sólida de acordo com a tolerância individual.
Inicialmente, os pacientes são aconselhados a fazer 3 pequenas refeições por dia, bem mastigadas. Depois, de acordo com a tolerância, recomenda-se que sigam princípios de uma alimentação saudável.
Por fim, é indiscutível que, independentemente do tipo de cirurgia a que foram submetidos, os pacientes necessitam de acompanhamento nutricional periódico, a fim de orientar adaptações de consistência necessárias, bem como promover a correção de deficiências nutricionais que possam ocorrer.
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Referência:
KRÁL, Jan et al. Endoscopic Treatment of Obesity and Nutritional Aspects of Bariatric Endoscopy. Nutrients, v. 13, n. 12, p. 4268, 2021.