A dieta flexitariana propõe um consumo mais equilibrado entre produtos de origem animal e vegetal. O termo “flexitariana” é uma junção de “flexível” e “vegetariano” indicando que o indivíduo segue uma dieta primariamente vegetariana, em que há o consumo eventual de carnes e peixes, recebendo também a denominação de semivegitariana.
A proposta central dessa dieta, com redução do consumo de carnes e outros produtos de grande produção agrícola (arroz, ovos, açúcar, trigo, raízes, milho, azeite de oliva, leite e aves), é promover um desenvolvimento ambiental mais sustentável.
Percebeu-se, porém, que além dos benefícios para o meio ambiente e bem estar animal, a dieta flexitariana poderia apresentar benefícios a saúde relacionados à redução do consumo de carne vermelha, associado ao aumento do consumo de leguminosas, legumes e verduras, sem promover as deficiências nutricionais (vitamina 12, colina e cálcio, por exemplo), típicas de dietas vegetarianas e veganas.
Beines e colaboradores em seu estudo demográfico com 9113 mulheres australianas vegetarianas, semi-vegetarianas e não-vegetarianas identificaram que o IMC daquelas vegetarianas e semi-vegetarianas era menor que do que o IMC de mulheres não vegetarianas, porém, também apresentavam maiores porcentagens de depressão que os não vegetarianos, provavelmente associado a deficiência de nutrientes. Já Agrawal e colaboradores investigaram a prevalência de obesidade e diabetes entre homens e mulheres adultos na Índia, consumidores de diferentes tipos de dieta vegetariana, comparada a dietas não vegetarianas. Eles observaram, também, um menor IMC entre os veganos e vegetarianos que consumiam peixe. Além disso, o consumo de dieta lacto, ovo-lacto e semi-vegetariano foi associado com uma menor probabilidade de diabetes do que uma dieta não vegetariana.
Assim, além dos benefícios para o planeta e de promover o bem-estar dos animais, a dieta flexitariana, quando bem equilibrada e permitindo o consumo eventual de produtos de origem animal, pode estar associada à prevenção do ganho de peso e da ocorrência de doenças crônicas. Porém, mais estudos longitudinais são necessários para comprovar seus benefícios.