No intestino de um adulto há predominância dos filos Firmicutes e Bacteroidetes, sendo que Actinobacteria (família Bifidobacteriaceae) e Proteobacterias (família Enterobacteriaceae) também são encontradas em menor número.
No filo Bacterioidetes, são mais estudados os gêneros Bacteroides e Prevotella, associados à manutenção da saúde intestinal e prevenção de doenças. Por sua vez, o filo Firmicutes contém mais de 200 gêneros, que incluem as várias espécies de Lactobacillus, também associados à saúde intestinal, e de Clostridium, que possui algumas espécies mais relacionadas ao aumento do risco de doenças, como botulismo e tétano.
A realização de sequenciamento genético da microbiota intestinal humana permitiu, identificar que em indivíduos obesos ou com doenças crônicas, como diabetes e outras alterações metabólicas, pode haver aumento do filo Firmicutes em comparação ao de Bacteroidetes, o que caracteriza quadro de disbiose.
O aumento de algumas espécies patogênicas de Firmicutes pode acontecer também com o envelhecimento, e estar associado ao aumento do risco de infeções e doenças intestinais em idosos.
Reforça-se, assim, a importância de conhecermos o perfil de bactérias intestinais e a composição da microbiota particular de cada indivíduo por meio do sequenciamento genético do material fecal. Com essa informação, é possível modular o microbioma com intervenções nutricionais e suplementação específicas(prebióticos, probióticos e simbióticos) e, dessa forma, tentar reestabelecer o quadro de simbiose intestinal e prevenir doenças.
Leia mais sobre o assunto na Série Microbioma:
- O que é simbiose e disbiose?
- Como a disbiose intestinal pode contribuir para o surgimento de doenças?
- Quais são os fatores que afetam o microbioma intestinal?
- É possível avaliar o microbioma humano?
- Qual é a influencia da dieta no microbioma intestinal?