Você sabia que a alimentação pode aumentar a inflamação do corpo? Um estilo de vida desequilibrado em geral compromete a saúde, e um dos processos mais associados ao desenvolvimento de doenças crônicas e obesidade é o processo inflamatório de baixo grau.
Estudos observacionais e ensaios clínicos na literatura indicam que a dieta e o padrão alimentar desempenham papel importante na redução do risco de doenças crônicas. E as hipóteses que os trabalhos indicam estão associadas à composição de macronutrientes da dieta com os níveis de marcadores inflamatórios. Os padrões dietéticos caracterizados pelo elevado consumo de alimentos de alto índice glicêmico, pobres em fibras e ricos em gordura trans provocam a ativação do sistema imune inato, levando à excessiva produção de mediadores pró-inflamatórios.
A inflamação é o conjunto de alterações bioquímicas, fisiológicas e imunológicas em resposta a estímulos agressivos ao organismo. Mediadores inflamatórios têm sido avaliados na prática clínica e em estudos relacionados à fisiopatologia do diabetes mellitus tipo 2 (DM2), da hipertensão arterial, da obesidade e da aterosclerose. Entre esses marcadores, destacam-se as citocinas, em especial interleucina-6.
A adoção de hábitos alimentares saudáveis, com redução da ingestão de gordura trans e saturada, associadamente ao aumento do consumo de frutas, hortaliças e cereais integrais é um fator recomendado para melhorar o estado inflamatório subclínico de pacientes, sobretudo aqueles com obesidade.
Além disso, evidências científicas sugerem que o excesso de açúcar da dieta provoca um elevado estresse oxidativo, desencadeando um processo inflamatório crônico de baixa intensidade. Um estudo demonstrou que o consumo de uma carga de 75 g de glicose provoca a elevação da produção de superóxido pelos leucócitos, aumentando o estado inflamatório em geral.
O padrão alimentar anti-inflamatório
Por isso, a mudança alimentar tem papel essencial na amenização de processos inflamatórios e, consequentemente, na prevenção de desequilíbrios metabólicos. Dentre as recomendações, destaca-se o consumo equilibrado de alimentos anti-inflamatórios. Veja a lista completa para ajudar na escolha:
- Peixes como salmão, atum e sardinha.
- Oleaginosas: castanhas, nozes, amêndoas.
- Sementes e grãos integrais.
- Frutas ricas em vitamina C, cítricas em geral.
- Azeite de oliva extra virgem.
- Legumes e vegetais: gengibre, couve-flor, nabo, rabanete, repolho, abóbora, espinafre, rúcula, brócolis, escarola.
- Chás naturais: chá verde, chá de camomila, chá de gengibre, chá de erva-doce.
- Ácidos graxos monoinsaturados (ômega 9): azeitona, abacate, castanhas, nozes.
- Gengibre e cúrcuma: alto poder anti-inflamatório.
- Alho e cebola: possuem grande quantidade de antioxidantes.
Vale ressaltar que o consumo excessivo de qualquer alimento, mesmo anti-inflamatório, pode ser prejudicial para a saúde do indivíduo. E por isso, é importante a orientação individualizada de um nutricionista.
Referências bibliográficas:
SHIVAPPA, N. Diet and Chronic Diseases: Is There a Mediating Effect of Inflammation? Nutrients, v. 11, n. 1639, p. 1-4, 2019.
ZWICKEY, H. et al. Effect of the Anti-Inflammatory Diet in People with Diabetes and Pre-Diabetes: A Randomized Controlled Feeding Study. J Restor Med., v. 8, n. 1, p. 1-16, 2019.