A obesidade é um problema de saúde pública e afeta 40% dos idosos com mais de 60 anos nos Estados Unidos. Intervenções com foco na dieta e na prática de exercícios físicos levam a uma melhora no padrão de vida geral. Mas qual é o papel da intervenção nutricional nestes casos? Um estudo da Revista Clinical Nutrition respondeu essa pergunta.
O Estudo:
Com duração de 12 semanas, foram elegidos 23 voluntários com mais de 65 anos e um IMC maior que 30kg/m2. Foram feitas intervenções nutricionais por nutricionistas e de práticas de atividade física acompanhadas por fisioterapeutas geriátricos para avaliar como o acompanhamento intensivo modificaria o comportamento e padrão físico dos voluntários.
O acompanhamento nutricional:
O acompanhamento nutricional consistia em uma sessão de 30 minutos, uma vez por semana. Os cardápios foram individualizados e feitos baseados em evidências científicas para essa faixa etária, com base em frutas, legumes, verduras, grãos integrais, fibra, laticínios com baixo teor de gordura, proteínas magras e redução do uso de sal, açúcar e gorduras adicionadas as preparações.
Os planos foram adaptados com 500 a 750 calorias de déficit para promover a perda de peso, e no mínimo 1200 calorias totais para garantir um aporte calórico adequado. A distribuição de proteína dos planos era estabelecia em 20% de proteína ou 1,2g /kg/dia.
Além disso, foram distribuídos materiais educacionais para todos os voluntários, e um plano de abordagem para as consultas semanais como o planejamento de refeições (alimentos e líquidos), consumo de macronutrientes (proteína, carboidratos, gordura), tamanho e controle das porções, prática do comer consciente, consumo de sódio e micronutrientes, escolha de lanches saudáveis, consumo de vegetais e frutas, refeições fora de casa e em ocasiões especiais e, finalmente, manutenção da perda de peso.
O acompanhamento no exercício físico:
O acompanhamento com fisioterapeuta geriátrico consistia em 2 sessões semanais, com plano de exercícios físicos estabelecido e combinados de resistência, flexibilidade, equilíbrio e exercícios aeróbicos.
Os resultados:
Os participantes tinham em média 72 anos, a maioria do sexo feminino (73,9%), com o IMC médio de 35,9 kg/m2. Os participantes atenderam 93,8% das recomendações nutricionais e 88,3% das recomendações de atividade física.
A qualidade nutricional aumentou significativamente, a ingestão de calorias totais, gramas de gordura, gramas de gordura saturada, miligramas de sódio, gramas de açúcar adicionado e gramas de álcool diminuiu significativamente na conclusão das intervenções (todas p <0,05).
Foi observada uma perda de peso significativa de 5,22 ± 3,13 kg (5,39% perda de peso; p <0,001) na conclusão das intervenções, com uma redução média na circunferência da cintura de 6,88 ± 5,67 cm (p <0,001).
Conclusão:
As orientações semanais de nutricionistas e fisioterapeutas aos idosos voluntários contribuíram para uma melhora significativamente na qualidade de vida, na vontade de mudança, redução de peso corporal e de circunferência da cintura. Os autores indicam que essa prática se torna interessante na melhora da saúde e pode ser adaptada em outras áreas clínicas.
A Redação Nutritotal é formada por nutricionistas, médicos e estudantes de nutrição que têm a preocupação de produzir conteúdos atuais, baseados em evidência científicas, sempre com o objetivo de facilitar a prática clínica de profissionais da área da saúde.