Pesquisas anteriores sugerem que o potencial antioxidante e anti-inflamatório de frutas e vegetais pode atenuar os efeitos da Síndrome de Fragilidade relacionados ao envelhecimento. O conceito de fragilidade é definido como declínio da função física, perda de peso corporal e aumento da vulnerabilidade a doenças, que pode comprometer a vida do indivíduo ao longo dos anos.
Estudo conduzido por T Fung e colaboradores examinou a associação entre a ingestão de frutas e vegetais, prática de exercício físico e a incidência de fragilidade em mulheres com idade superior a 60 anos.
As participantes do estudo foram acompanhadas durante período de 1990 a 2014. Para análise do consumo de ingestão de frutas e vegetais foi aplicado questionário de frequência alimentar semiquantitativo. Quanto a análise da incidência de fragilidade, o diagnóstico foi definido no estudo como um resultado ≥3 nos critérios na escala FRAIL: fadiga, fraqueza, baixa capacidade aeróbica, ter 5 ou mais doenças e perda de peso ≥5%.
Ao longo os 20 anos de acompanhamento, 15,9% das participantes desenvolveram Fragilidade. Foi observado que as mulheres que ingeriam mais frutas e vegetais, tinham uma maior tendência a praticar atividade física e também consumiam mais grãos integrais e menos bebidas alcóolicas e gorduras saturadas.
O grupo de mulheres que consumiu 7 ou mais porções de frutas e vegetais ao dia, apresentou menor risco de desenvolvimento de Fragilidade, quando comparadas ao grupo de participantes que ingeriu menos que 3 porções dos mesmos alimentos diariamente. Tal associação foi ainda mais forte quando combinada com alto nível de atividade física.
Os autores também observaram que mesmo em mulheres praticantes de atividade física, as que consumiam no mínimo 7 porções de vegetais e frutas diariamente apresentaram menor risco de Síndrome de Fragilidade em comparação àquelas que consumiram menos de 3 porções.
Concluiu-se que o padrão alimentar de mulheres com idade superior a 60 anos pode influenciar diretamente no risco de Fragilidade, assim como mudanças do estilo de vida e hábitos alimentares podem fornecer melhor qualidade de vida a esta população.
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