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Diretrizes práticas para acompanhamento da doença renal crônica

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Fonte: Canva.com

Entre 1990 a 2019, a doença renal crônica (DRC) passou de 19ª para a 11ª posição entre as principais causas de mortalidade. Ao total, estima-se que a doença seja responsável por 41,5 milhões de falecimentos ao redor do mundo. 

Para mudar essa triste realidade, esforços em torno da conscientização da avaliação e do gerenciamento da DRC são necessários. 

Fonte: Canva.com

Sendo assim, o grupo KDIGO (Kidney Disease: Improving Global Outcomes) atualizou suas diretrizes práticas de 2012 sobre esta temática. Neste novo material, os especialistas trazem informações atualizadas e de alta qualidade para guiar profissionais de saúde nos cuidados dos pacientes com DRC. 

A seguir, confira os principais pontos levantados pelo guideline.

Doença renal crônica: o que é?

Define-se a doença renal crônica como a presença de anormalidades na estrutura ou função dos rins, por um período mínimo de 3 meses, com implicações para a saúde.

Nesse sentido, os marcadores de dano renal incluem:

Como classificar a doença renal crônica?

A DRC é classificada conforme os níveis de albuminúria e TFG, de acordo com as tabelas abaixo.

Tabela 1. Classificação da DRC de acordo com a TFG

Classificação TFG (ml/min/1.73m²) Resultado
G1 ≥90 Normal ou alta
G2 60 a 89 Ligeiramente diminuída
G3a 45 a 59 Ligeira a moderadamente diminuída
G3b 30 a 44 Moderada a severamente diminuída
G4 15 a 29 Severamente diminuída
G5 <15 Falência renal

Tabela 2. Classificação da DRC de acordo com a albiminúria

Classificação AER (mg/24h) ACR (mg/g) Resultado
A1 <30 <30 Normal a moderadamente diminuída
A2 30 a 300 30 a 300 Moderadamente diminuída
A3 >300 >300 Severamente diminuída

AER: taxa de excreção de albumina; ACR: relação albumina/creatinina.

Como avaliar a DRC?

Os especialistas recomendam testar pessoas em risco e com doença renal crônica (DRC) usando tanto os níveis de albumina na urina quanto a avaliação da taxa de filtração glomerular (TFG).

Em adultos em risco para DRC, recomenda-se a estimativa de TFG com base em creatinina (eGFRcr). Se a cistatina C estiver disponível, a categoria de TFG deve ser estimada a partir da combinação de creatinina e cistatina C (eGFRcr-cistatina C).

Contudo, não se deve diagnosticar DRC baseado em um único nível anormal de TFG e albumina, pois pode ser resultado de um evento recente de lesão renal aguda ou doença renal aguda.

Nesse sentido, a prova de cronicidade (duração mínima de 3 meses) pode ser estabelecida por:

Monitoramento da DRC

Em pacientes com doença renal crônica, novas avaliações de albuminúria e TFG devem ser realizadas pelo menos anualmente.

Nesse contexto, uma alteração >20% na TFG ou uma duplicação no valor da relação albumina/creatinina (ACR) excede a variabilidade esperada, justificando uma avaliação aprofundada.

Em pessoas com DRC G3–G5, indica-se o uso de uma equação de risco validada para estimar o risco absoluto de insuficiência renal (IR). A decisão clínica deve ser basear no resultado desta equação, sendo:

Atrasando a progressão da doença renal crônica

Os autores recomendam o tratamento da DRC com estratégias abrangentes, que evitem sua progressão e complicações (doenças cardiovasculares, hospitalização, gota, infecções, etc).

Uma das estratégias defendidas é a realização da atividade física compatível com a saúde cardiovascular, tolerância e nível de fragilidade. Exercícios de intensidade moderada, por pelo menos 150 minutos por semana, podem ser consideráveis.

Para pessoas acima do peso, o alcance do IMC ideal é altamente recomendável. Além disso, defende-se o abandono do tabagismo, e encaminhamento para profissionais e programas de saúde (psicólogos, nutricionistas renais, fisioterapeutas, etc).

Os autores também recomendam o uso de fármacos, com base no contexto clínico de cada paciente. Por exemplo, os inibidores do sistema renina-angiotensina são orientados para pessoas com DRC, albuminúria gravemente aumentada e sem diabetes. Já os inibidores do cotransportador de sódio-glicose 2 servem para doentes renais com DM2 e eGFR ≥20 ml/min/1,73m².

Por fim, os autores fornecem recomendações dietéticas importantes para pacientes com DRC. Para saber mais, baixe o infográfico gratuito: Recomendações Nutricionais na Doença Renal Crônica.

Para ler a diretriz completa, clique aqui.

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Referência:

Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO) CKD Work Group. KDIGO 2024 Clinical Practice Guideline for the Evaluation and Management of Chronic Kidney Disease. Kidney Int. 2024 Apr;105(4S):S117-S314. doi: 10.1016/j.kint.2023.10.018. PMID: 38490803.

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