Posicionamento ASPEN: albumina sérica e pré-albumina como marcadores nutricionais

Postado em 8 de abril de 2021 | Autor: Natalia Lopes | Tempo de leitura: 2 min.

Estes marcadores têm sido utilizados de forma equivocada na avaliação nutricional

médico segurando amostra de sangue

Na impossibilidade de realizar avaliação nutricional objetiva, buscamos alternativas que possam evidenciar a desnutrição ou risco nutricional, como os marcadores séricos. Além das proteínas totais, albumina sérica e pré-albumina têm sido tradicionalmente usadas como marcadores laboratoriais de nutrição para quantificar a quantidade de proteínas circulantes do plasma e, portanto, poderiam refletir o estado nutricional.

No entanto, segundo os autores desse novo posicionamento da ASPEN, essas proteínas estão associadas à inflamação e não refletem diretamente a desnutrição, como se associa na prática clínica.

Essa confusão se dá, pois a inflamação está relacionada a perda de massa muscular, caracterizando um risco nutricional, assim, os autores argumentam que, por exemplo, um paciente que sofreu um trauma e está na UTI, sob intenso processo inflamatório, pode apresentar alterações agudas dos níveis séricos de albumina e pré-albumina, porém ainda ter a composição corporal preservada.

Desta forma os autores destacam que:

  • A albumina sérica e a pré-albumina não são componentes das definições atualmente aceitas de desnutrição, não substituem avaliação da proteína corporal total ou da massa muscular total e não devem ser usadas como marcadores nutricionais.
  • As concentrações séricas de albumina e pré-albumina diminuem na presença de inflamação, independentemente do estado nutricional atual do paciente.
  • Os declínios da albumina sérica e da pré-albumina devem ser reconhecidos como marcadores inflamatórios associados ao “risco nutricional” no contexto da avaliação nutricional, e não à desnutrição em si. O risco nutricional é amplamente definido como o risco de desenvolver desnutrição e / ou resultados clínicos ruins se o suporte nutricional não for fornecido.
  • O papel da albumina sérica e da pré-albumina no monitoramento do fornecimento e eficácia do suporte nutricional permanece indefinido. Sua normalização pode indicar a resolução da inflamação, a redução do risco nutricional, uma transição para o anabolismo ou, potencialmente, menores necessidades calóricas e proteicas.

Acesse a diretriz na íntegra aqui 

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