Devido a menor prevalência em idosos, o seu tratamento ainda é escasso e, quando associado ao diagnóstico de sarcopenia, o prognóstico nesse público pode se tornar ainda pior.
Com poucos recursos na literatura relacionando o papel da sarcopenia em idosos com Linfoma de Hodgkin clássico, foi desenvolvido um estudo multicêntrico retrospectivo entre janeiro de 2006 a dezembro de 2018, para investigar a prevalência de sarcopenia em pacientes idosos com Linfoma de Hodgkin e avaliar o impacto do estado sarcopênico na sobrevida desses pacientes.
Foram incluídos 154 indivíduos em idade média de 71 anos, recém-diagnosticados com LHC. Os pacientes realizaram uma avaliação geriátrica e tomografia computadorizada (TC) antes de qualquer tratamento. Para diagnóstico de sarcopenia, foi considerado o índice do músculo esquelético (SMI, cm2 / m2) avaliado por TC. Também foi medida a sobrevida livre de progressão (SLP) e sobrevida global (SG) para analise de desfechos clínicos.
Os pesquisadores observaram que dos 154 avaliados, 27 indivíduos foram diagnosticados com sarcopenia (35%). As taxas de SLP e SG em 5 anos de análise foram de 53% e 65%, respectivamente, sendo a sobrevida significativamente menor em pacientes sarcopênicos do sexo masculino quando comparados aos não sarcopênicos (PFS 31% vs. 61%, P = 0,008; OS 51% vs. 74%, P = 0,042). Além disso, os pesquisadores observaram também que a fragilidade funcional foi um fator importante para prognóstico adverso em ambos os sexos.
Com os resultados, os pesquisadores concluíram que o diagnóstico prévio de sarcopenia em indivíduos com LHC e inclusão da avaliação funcional poderia ajudar no rastreamento dos pacientes com uma maior probabilidade de ter um prognóstico adverso, auxiliando da tomada de decisão sobre o melhor tratamento a ser ofertado.
