Relação entre hipofunção oral, ingestão de proteínas e prevenção de sarcopenia em idosos

Postado em 7 de fevereiro de 2022

A hipofunção oral tem ligação com a baixa ingestão de proteína

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Com o aumento da população idosa, aumentou a preocupação em promover hábitos saudáveis para toda população, uma vez que adultos saudáveis se tornam idosos sadios, com menores riscos de algumas comorbidades, como a sarcopenia e fragilidade.

A sarcopenia e a fragilidade são doenças geriátricas, que têm forte ligação com o estado nutricional do indivíduo, principalmente com a baixa ingestão de proteína, impactando diretamente a expectativa e longevidade de idosos.

Com isso, medidas preventivas, focadas na adequada alimentação e o incentivo a prática de atividade física para essa população é essencial para prevenir a perda de massa magra.

Alguns estudos anteriores relacionaram a hipofunção oral como o grande preditor das doenças geriátricas, logo que, uma função oral prejudicada dificulta o processo de mastigação e deglutição, comprometendo a ingestão alimentar. No entanto, ainda há poucos estudos na literatura que relacione a hipofunção com a sarcopenia e fragilidade.

A partir disso, um estudo japonês de coorte prospectivo, investigou a relação entre a hipofunção oral com a baixa ingestão de proteínas e sua associação com a fragilidade e sarcopenia.

Estudo sobre hipofunção oral

Para o estudo, os pesquisadores recrutaram cerca de 1.004 moradores da província de Kagoshima, no Japão no ano de 2019, com idade média entre 67 anos para mulheres e 68 anos para homens.

Foi aplicado a avalição de diagnóstico de hipofunção oral, em que são avaliados 7 critérios, sendo eles:

– Má higiene Bucal

– Secura oral

– Força de oclusão reduzida

– Função motor da língua diminuída

– Medição de pressão da língua

– Função mastigatória diminuída

– Avaliação da função de deglutição

O diagnóstico da hipofunção foi feito quando o participante pontuava em 3 ou mais itens da avaliação.

Para avaliação de ingestão nutricional utilizaram um questionário de frequência aplicado durante o período de um mês, em que foi usado como critério de diagnóstico a DRI japonesa (Dietary Reference Intake for Japanese).

Além disso, os pesquisadores retiraram dados de altura, peso, idade, histórico de doença e a partir de BIA (Bioimpedância) mediram o índice de massa muscular esquelética (MME) e o índice de massa corporal (IMC).

Resultados

Após a avaliação, 47% dos homens e 46% das mulheres foram diagnosticados com hipofunção oral, sendo mais acentuada em participantes mais velhos e com menor índice de MME.

Já em relação à ingestão nutricional, foi observado que não houve diferença significativa da ingestão de energia e proteína em ambos os grupos (indivíduos com hipofunção oral e indivíduos sem hipofunção oral), no entanto, observaram que a ingestão de alimentos específicos, como feijão e carne, era diminuída no grupo com hipofunção oral.

Desta forma, notou-se que os participantes com diagnóstico de hipofunção oral apresentaram menor ingestão de alimentos fontes de proteína.

Conclusão

Em conclusão os pesquisadores indicaram a hipofunção oral como preditora para sarcopenia e fragilidade, logo que a função diminuída pode impactar na ingestão adequada de alguns nutrientes, especialmente a proteína. Sendo assim, ressaltam que a intercessão da equipe multidisciplinar em conjunto com profissionais da odontologia, pode prevenir não só a hipofunção oral, como também as doenças geriátricas.

No entanto mais estudos devem ser realizados para otimizar essas condutas.

 

Referência

ishi, K.; et al. Relationship between Oral Hypofunction, and Protein Intake: A Cross-Sectional Study in Local Community-Dwelling Adults. Nutrients 2021, 13, 4377.

 

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